BRASÍLIA – A um dia da eleição para a presidência da Câmara, já com dez candidatos, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, espera que haja unidade “pelo menos” depois do pleito. O chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, disse nesta terça-feira que torcerá “até o final” para que o número de candidatos seja reduzido.
? O governo trabalha com a ideia de a base ter um candidato único – declarou Padilha, que considerou o objetivo “perfeitamente possível” e completou:
? Se não for possível, pelo menos que logo que encerre a votação, seja selada a unidade da base, independente do resultado.
O centrão e a antiga oposição, os dois principais blocos de aliados do Planalto sob o governo interino de Michel Temer, começaram a trocar farpas. Rogério Rosso (PSD-DF), do centrão, disse que não topa “vale-tudo”, e nega influência do ex-presidente da Casa Eduardo Cunha. Rodrigo Maia (DEM-RJ) acusa o centrão de pretender “mandar na base do atropelo”.
Publicamente, o governo não quer entrar na disputa, e teme um racha na base aliada. Auxiliares de Temer lembram que o começo da derrocada da presidente afastada Dilma Rousseff se deu quando o Planalto quis ir para “bola dividida” na presidência da Casa em fevereiro de 2015, contra Eduardo Cunha, que acabou eleito. A eleição para o sucessor de Cunha será nesta quarta-feira às 16h. Candidatos podem registrar-se até o meio dia da mesma data. A expectativa é que sejam mais de 15 concorrentes.
? A gente torce até o final para que se chegue a uma redução de número desses candidatos – disse Geddel Vieira Lima, ministro da Secretaria de Governo, pasta responsável pela articulação do Planalto com o Congresso. Geddel e Padilha estiveram em uma cerimônia organizada pela Advocacia-Geral da União (AGU) sobre condutas proibidas a agentes públicas nas eleições municipais, em outubro. Também estavam os ministros da AGU, Transparência, Cidades e Desenvolvimento Social e Agrário.