RIO- O secretário substituto da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), Leon Garcia, criticou por meio de nota as declarações do Ministro do Desenvolvimento Social e Agrário Osmar Terra sobre o tema. Garcia refutou a afirmação de Terra de que o Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas (Conad) está impreganado com pensamento pró-legalização e condenou a abordagem de guerra às drogas adotada pelo ministro.
“O ministro Osmar Terra declarou guerra às drogas e fez sua primeira vítima: a verdade. Ao contrário do que declarou o ministro, os representantes do governo no Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas nunca se manifestaram em favor da legalização das drogas nos 3 anos em que faço parte desse conselho”, afirma Garcia.
Garcia, que substituiu Luiz Guilherme Mendes de Paiva, exonerado pelo novo governo, diz que “decepciona” que em pleno século XXI o ministro ainda defenda a punição de usuários e leve a questão para a esfera criminal:
“Como médico, decepciona ouvir do colega Osmar Terra, em pleno século XXI, a defesa da punição de usuários para prevenir os problemas que as drogas podem causar. A comunidade internacional e científica é unânime em considerar o uso de drogas um problema de saúde pública e social. No Brasil de Temer e Terra, arriscamos voltar no tempo e ver a política sobre drogas transformar-se em caso de polícia.”
O secretário interino afirma também que Terra tem promovido um “desmonte” no Ministério e argumentou que suas declarações sobre a política de drogas são uma tentativa de desviar a atenção das ações que tem tomado na pasta:
” A retórica surrada e as propostas ineficientes da guerra às drogas talvez sirvam para Osmar Terra desviar a atenção do desmonte que vem fazendo no Ministério do Desenvolvimento Social afastando servidores concursados dos cargos de direção do ministério.”
Garcia finaliza reivindicando uma postura que conceda direitos às famílias e não o contrário.
“Não é disso que o país precisa. Para falar sobre drogas, seja com nossos jovens, seja com adversários políticos, é preciso serenidade, verdade e uma defesa intransigente de mais, não menos, direitos para as pessoas e famílias que sofrem com as drogas: direito à tratamento e inclusão social.”