Cotidiano

Oeste tem três das 200 cidades que mais exportam no País

Estão na lista os municípios de Cascavel, Palotina e Cafelândia, todos focados na avicultura

Palotina – Três das 200 principais cidades com atividades na balança comercial brasileira ficam na região oeste do Paraná. Com comercializações potencialmente voltadas para a avicultura, as cidades de Cascavel, Palotina e Cafelândia despontam nas seguintes posições no ranking nacional: 139ª, 180ª e 193ª, respectivamente.

Nona nas exportações paranaenses, Cascavel exportou, de janeiro a setembro deste ano, US$ 264,2 milhões, 8% a mais que igual período de 2016, quando essas transações somaram US$ 244,1 milhões. Os dados são do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio Exterior). Já Palotina, a décima no ranking estadual, vendeu para o mercado internacional quase US$ 255,2 milhões este ano e foi a que mais cresceu. As vendas foram 24% maiores que as do ano passado, que totalizou US$ 203,8 milhões nos nove meses. Em Cafelândia, a 11ª no Estado, comercializou de janeiro a setembro deste ano US$ 238,8 milhões, crescimento de 4% sobre 2016 (US$ 230,3 milhões).

Juntos, os três municípios representam 73% do valor exportado pelos 50 municípios do oeste neste ano, e totalizam 87% do superávit da balança comercial regional, resultado obtido após a dedução das importações.

Nos nove primeiros meses de 2017, Cascavel tem saldo de US$ 122,2 milhões; Palotina soma US$ 245,5 milhões de superávit comercial e Cafelândia, US$ 231,9 milhões.

Importações

O resultado menor no saldo da balança em Cascavel se justifica pelas importações elevadas, puxadas por adubos e fertilizantes. No total, as empresas cascavelenses compraram do exterior US$ 142 milhões nos nove meses deste ano, 20% a mais que ano passado, quando as importações somaram US$ 118 milhões. Somente com adubos e fertilizantes foram gastos quase US$ 31,7 milhões.

Já em Palotina as importações totalizam US$ 9,7 milhões, 148% a mais que o registrado no mesmo período do ano passado, quando somaram US$ 3,9 milhões. Nesse caso, a alta se deu pela compra de milho, que representou quase um terço das importações. Ano passado, o Município não havia importado um único quilo do grão, e o líder nas importações era o extrato de malte, com US$ 711,4 mil.

Em Cafelândia as importações recuaram 45% neste ano, passando de US$ 12,7 milhões de janeiro a setembro de 2016 para US$ 6,9 milhões neste ano. Neste ano, as principais compras foram de produtos hortícolas preparados ou conservados, exceto em vinagre ou em ácido acético e congelados, que exigiram o pagamento de US$ 3,3 milhões. Ano passado esses mesmos produtos representavam US$ 4,2 milhões em negociações.

Caminho bem traçado

Para a economista Regina Martins, o desempenho regional, principalmente entre as três cidades que aparecem entre as 200 maiores exportadoras do Brasil, justifica-se com a venda de itens processados e com maior valor agregado. “Se considerarmos as exportações dessas três cidades, vamos observar primeiro um histórico bem-sucedido de comercializações externas, ou seja, é um caminho já bem traçado e de confiança no mercado internacional. Por outro lado, mais de 80% das vendas externas desses municípios estão ligados à avicultura, produto transformado com valor agregado, que vale muito mais do que a venda de grãos in natura, por exemplo”.

Uma em cada três cidades da região tem atividade na balança

Cascavel – Dentre os 50 municípios que compõem o oeste do Paraná, 34 deles têm atividades comerciais internacionais. Isso significa que um em cada três municípios do oeste já está aberto ao mercado externo.

No total, as exportações regionais somaram neste ano, de janeiro a setembro, US$ 1,043 bilhão, 17% a mais que o registrado em 2016, quando o volume financeiro era de US$ 894,3 milhões. As importações consumiram em 2017 US$ 337,6 milhões, queda de 9%, tendo em vista que em 2016 haviam sido comprados quase US$ 366 milhões.

Com isso, o saldo da balança comercial no oeste ficou em US$ 706,4 milhões, 34% maior que o registrado nos mesmos nove meses do ano passado: US$ 528,4 milhões.

No topo do ranking das exportações regionais está a avicultura responsável por mais de 80% das divisas. Já na lista das importações, seguem os adubos e fertilizantes, que consomem cerca de 30% dos valores investidos nas compras realizadas em outros países.