SÃO PAULO – O juiz Sérgio Moro aceitou o pedido de acesso da defesa do ex-presidente Lula ao inquérito do Ministério Público Federal que investiga o apartamento tríplex no Condomínio Solaris, no Guarujá. O MP investiga se o ex-presidente é o real proprietário do apartamento, que está em nome da OAS. Como revelou O GLOBO em 2014, vizinhos e funcionários atribuíam a propriedade do imóvel a Lula, que afirma que possuía apenas uma cota, mas não exerceu o direito de compra do apartamento.
Ontem, os procuradores da força tarefa da Lava-Jato concordou com o acesso dos advogados de Lula ao inquérito. Na última sexta-feira, os defensores do petista protocolaram uma reclamação no Supremo Tribunal Federal (STF) acusando Moro de impedir acesso à ação. Segundo o MPF, houve um erro dos investigadores ao associar as investigações sobre a suposta aquisição do apartamento tríplex 164-A do Condomínio Residencial Solaris.
Na reclamação feita ao STF, os advogados de Lula afirmaram que todo investigado tem direito de, através de seus defensores, conhecer os elementos dos processos que possam servir à defesa de seus interesses.
Na última quinta-feira, a Polícia Federal concluiu o relatório final da 22ª fase da Lava-Jato, batizada de ?Triplo X?, que investiga o tríplex 163-B do edifício Solaris e que está em nome da offshore Murray Holdings. O apartamento 163-B está no mesmo condomínio que o imóvel ligado ao ex-presidente Lula, mas se trata de investigação separada. No relatório da PF, foram indiciados a publicitária Nelci Warken e outras seis pessoas ligadas ao escritório Mossack Fonseca, que fornecia a seus clientes a criação de empresas offshores.
(*Estagiário, sob supervisão de Flávio Freire)