Imigrantes e refugiados fazem parte desse contexto; projeto desenvolvido com a Cáritas propõe: Vamos falar sobre os haitianos?
Cascavel – Mais um projeto de extensão da Universidade Paranaense –Unipar tem se destacado na comunidade cascavelense – o ‘Minorias Sociais’. A iniciativa é do curso de História e envolve a Cáritas Arquidiocesana de Cascavel. O principal objetivo é estimular a humanidade, promovendo uma ação social com os haitianos assistidos pela casa de apoio ‘Lar da Esperança’, refletindo o quanto as minorias sociais precisam ser ouvidas, acolhidas e conhecidas.
A proposta de parceria foi apresentada pelos professores Augusto Mugnai e Fausto Irschlinger, que foram recebidos pela coordenadora pedagógica da Cáritas, Rosangela Ferreira. A intenção é promover trocas de experiências com haitianos e despertar nos alunos e comunidades o respeito ao outro, oportunizar convívio com as diferenças, conhecimento das riquezas das diversas crenças, identificação da igualdade apesar das pluralidades e, principalmente, aprender com a história do outro.
“As minorias sociais são as coletividades que sofrem processos de estigmatização e discriminação, os quais geram resultados como desigualdade ou exclusão sociais, mesmo quando algumas dessas constituem a maioria numérica de determinada população”, observa Mugnai, pontuando que esses grupos sociais, definidos como minorias, não estão associados por não serem quantitativamente maioria e sim pela falta de poder na sociedade, seja nas tomadas de decisões políticas ou nos padrões socioculturais.
Segundo o professor e pesquisador, como outros diversos grupos sociais, o imigrante e o refugiado também se enquadram na chamada minoria social e, atualmente, vivencia-se fortemente no Brasil a imigração de haitianos e de refugiados sírios. “Com ela aparecem os conflitos culturais que envolvem o questionamento sobre a cultura, a recepção, a identidade, o acolhimento, o preconceito com aqueles que vêm de outro lugar”, frisa o docente.
Conhecendo o país
O Haiti situa-se na América Central, sendo oficialmente chamado de República do Haiti e tem como capital Porto Príncipe. Apresenta uma população de aproximadamente 10 milhões de pessoas. Os idiomas oficiais são o francês e o crioulo haitiano. A moeda utilizada no país é o Gourde. É o país mais pobre das Américas, apresentando o pior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que é de 0,483, sendo o 163º no mundo. O país é lembrado nos anais da história da humanidade por ser o primeiro caso em que os escravizados aboliram o sistema de servo de forma autônoma e duradoura ao longo do tempo, estabelecendo um precedente para o fim definitivo da escravidão no mundo. “Apesar das suas adversidades, o Haiti tem sua história, sua luta, sua beleza. É preciso desmistificar a visão negativa que se faz dos haitianos como ameaçadores, romper com qualquer tipo de preconceito”, ressalta Mugnai.