BRASÍLIA ? O Ministério Público Federal identificou indicativos de irregularidades na arrecadação de 13,2% (65.268) dos 493.906 candidatos a prefeitos, vice-prefeitos e vereadores do país. Cruzando dados dos doadores com outros órgãos públicos, o MPF identificou três tipos de irregularidades: presença de doadores cuja renda é incompatível com o valor doado; doadores beneficiados em programas sociais e que aparecem como desempregados no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, o que indica não ter recursos para doar; e doadores que já morreram, e que estão registrados no Sistema de Controle de Óbitos, o que, segundo o MPF, indica lavagem de dinheiro na campanha.
Por percentual, os cinco estados com maior número de candidatos suspeitos são: Santa Catarina, com quase um quarto dos candidatos nessa “lista suja” (25,22%), seguido do Rio Grande do Sul, 23,54%; Piauí, com 23,33%; Rio Grande do Norte, 23,32%; e Mato Grosso, com 18,98%.
Esse grupo que identifica irregularidades envolve, além do MPF, o TSE, o TCU, a CGU, a Receita Federal e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Identificadas, essas suspeitas são enviadas ao Ministério Público Eleitoral, e cabe ao promotor eleitoral avaliar cada situação e, se achar necessário, abre ações eleitorais.