O tempo seco e a ausência de geadas têm feito com que os produtores acelerem a colheita do milho safrinha. No Núcleo Regional da Seab (Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento) de Cascavel, a estimativa é de que apenas 3% dos 380 mil hectares cultivados já tenham sido colhidos. Nessa mesma época no ano passado metade da área já havia sido colhida. Isso se justifica pelo atraso no ciclo, desde a semeadura da safrinha, no início do ano em decorrência do retardo da colheita da soja, e os problemas climáticos.
Porém as expectativas de produtividade e de produção estão mantidas, de 115 sacas por hectare e 2,4 milhões de toneladas, respectivamente. Mas perdas podem ser dadas como certas. “Houve muita chuva e geadas em regiões pontuais, mas são números que só teremos no decorrer da colheita”, reforça o técnico do Deral (departamento de Economia Rural) José Pértille.
Mesmo assim, a expectativa de uma boa safra segue mantida. Com isso, o preço da saca do milho está em queda e ontem atingiu R$ 18, valor 55% menor que no mesmo período do ano passado, quando 60 quilos do cereal chegaram a custar R$ 40.
Somente nos últimos dias o cereal teve uma desvalorização de 4%. Na semana passada a saca ainda era vendida por R$ 18,80. “Isso deve se manter e a queda pode ser ainda maior, mas vai depender do que for colhido daqui para frente. Se as produções do Paraná, do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul se mantiverem, vai haver um excedente de grãos e isso forçará ainda mais a queda de preços”, seguiu Pértille, ao lembrar que este ciclo deve fechar somente daqui a um mês.
Juliet Manfrin