Cotidiano

Meirelles: PIB crescerá 2,7% do 4º tri deste ano ao de 2017

BRASÍLIA – Ao final de um demorado almoço em que recebeu da cúpula do PSDB promessa de ?apoio inabalável? ao comando da recuperação econômica, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles confirmou que o presidente Michel Temer deve bater o martelo até amanhã em medidas microeconômicas que estão em análise, entre elas o uso de uma fatia do FGTS pelo trabalhador para pagamento de dívidas caras; o Refis para socorro a estados em dificuldades, com suspensão da dívida com a União por três anos e a doação de ativos estaduais que serão privatizados para abatimento das dívidas. O almoço foi no gabiente do senador Tasso Jereissatti (PSDB-CE)

Meirelles também reafirmou que depois da aprovação da PEC do teto de gastos, a previsão para crescimento do PIB entre o quarto trimestre de 2016 e o quarto trimestre de 2017 será de 2.8%.

? Estamos estudando o impacto econômico para permitir que uma parcela do FGTS possa ser usada pelos trabalhadores para pagamento de dívidas caras. Essas medidas estão sendo discutidas, mas ainda sendo analisadas pelo presidente Michel Temer até amanhã ? disse Meirelles, incluindo nessa análise o Regime Especial de recuperação econômica dos estados.

Ele admitiu que a crise política que envolve o governo traz incerteza, mas que a aprovação da PEC do teto de gastos e andamento da reforma da previdência mostram que o cronogramas de reformas não está sendo impactado.

? Evidentemente que pode aumentar a incerteza, mas a aprovação da PEC do teto é o fator mais importante para mostrar que a agenda de reformas econômicas continua e o cronograma segue seu curso. Esse é o sinal mais importante ? disse Meirelles, informando que recebeu dos senadores tucanos certeza de que, apesar do intenso debate, a reforma da Previdência seguirá normalmente.

Sobre o impacto positivo da aprovação da PEC do teto de gastos, Meirelles traçou um cenário otimista da recuperação do PIB até o final de 2017.

? A previsão é de um crescimento o ano todo. O primeiro trimestre terá um crescimento estável, e depois crescerá bastante. Entre o quarto trimentre de 2016 e o quatro trimestre de 2017 o crescimento será de 2.8%. Herdamos a maior recessão da História do Brasil, mas estamos recuperando o País _ disse Meirelles.

Ele disse que o socorro aos estados não terá impacto primário para o Governo federal. Disse que o programa de recuperação judicial prevê contrapartidas muito rigorosas e, para a suspensão do pagamento das dívidas com a União, os estados terão que oferecer ativos para serem privatizados.

? É um programa extremamente eficiente, que beneficiará a todos.

Sobre o pacote de medidas microeconômicas que será anunciado provavelmente amanhã, tem como objetivo facilitar o consumo e dar um sinal de confiança na recuperação do País.

? Os analistas avaliam que essas reformas micro-econômicas são mais relevantes que o ajuste estrutural.

Em meio a notícias de fritura de Meirelles pelo PSDB, o almoço serviu também para colocar as divergências de forma franca. No final Meirelles saiu comemorando o apoio reafirmado pelo presidente do PSDB, Aécio Neves.

? Foi um almoço para troca de ideias, com uma visão ampla, franca e amigável dos dois lados. Estamos trabalhando juntos para o Brasil crescer ? declarou Meirelles, informando que as reuniões seguirão agora com mais frequência.

Em seguida, Aécio, ao lado de Meirelles, disse que o almoço serviu para o PSDB reiterar absoluto compromisso com a travessia comandada por Meirelles.

? O PSDB é o partido que mais deu votos para a PEC do teto. Continuaremos ao lado do governo até o final. Vamos apoiar a aprovação das reformas de ajuste fiscal e as micro-econõmicas. O compromisso do PSDB é inabalável e será o principal parceiro do governo até o final ? garantiu Aécio.

? Com uma declaração, dessas não preciso de mais nada ? disse Meirelles, rindo.