Cotidiano

Madonna visita Quênia e vai às lágrimas com histórias de violência

NAIRÓBI — Madonna ficou em lágrimas durante uma viagem ao Quênia, ao ouvir um homem descrever o estupro de sua filha de cinco anos por um vizinho, na favela de Kibera, na capital, Nairóbi. O encontro dos dois se deu em meio à visita da cantora americana a uma das maiores favelas da África. Segundo um assessor, Madonna foi ao local para ver como poderia ajudar a melhorar a vida dos moradores.

— Foi uma conversa incrivelmente poderosa e perturbadora sobre a realidade da violência na vida dessas pessoas — disse Trevor Neilson, que administra as fundações de Madonna Raising Malawi e Ray of Light, e a acompanhou na viagem. — Essas histórias fizeram Madonna chorar.

A cantora de “Vogue”, que levou seus quatro filhos ao país no oeste da África, postou um vídeo no Instagram em que eles ajudam a limpar as ruas, desentupir canais de escoamento e pintam murais.

Na última segunda-feira, Madonna se encontrou com a primeira-dama queniana, Margaret Kenyatta, responsável pela instituição de caridade Beyond Zero. A antiga garota materialista quer estabelecer uma parceria para ampliar os programas de saúde direcionados a mães e crianças e as iniciativas contra a violência de gênero encabeçados pela instituição, que leva clínicas móveis a áreas remotas do país. Recentemente, a Beyond Zero passou a contar com espaços para receber denúncias de violência.

— Ela (Madonna) acredita que nenhuma criança, nenhuma mulher, deveriam ser atacadas em lugar algum. Ponto — disse Neilson — É preciso dar visibilidade a este problema, e criar um ambiente em que as vítimas possam se manifestar… e forçar a polícia a investigar esse tipo de denúncia.

Constance Gakonyo, chefe de gabiente da primeira-dama, disse que as duas líderes discutiram como podem trabalhar juntas, mas não forneceu nenhum detalhe adicional.

A recepção de Madonna no Quênia contrastou com as críticas que ela recebeu depois de visitar o Malawi em 2013. Na ocasião, o governo local acusou a pop star de exigir uma “gratidão obrigatória” por ter adotado duas crianças malauis (seus filhos Mercy James e David Banda) e construído salas de aula no país.