RIO – O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) acendeu luz amarela para a aquisição da Estácio pela Kroton nesta sexta-feira. Nota técnica do Departamento de Estudos Econômicos (DEE) do órgão regulador do mercado no Brasil conclui que a?a operação tiraria do mercado um player importante com marca consolidada e capacidade de investimento em propaganda e marketing, que tem contribuído para o aumento da rivalidade entre as empresas, ao adotar estratégia de preços baixos?.
A nota já resultou em queda nas ações dos papéis dos dois grupos na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). As ações da Kroton registram recuo de 2,69%, cotadas a R$ 13,38, já as da Estácio caem 2,19%, avaliadas a R$ 15,64.
No início de dezembro último, o Cade já havia solicitado o estudo ao DEE ao declarar a alta complexidade da operação. O estudo foi conduzido para avaliar a importância da marca Estácio e dos investimentos em marketing e publicidade no mercado de ensino à distância (EaD), analisando se há relação entre os mercados de cursos presenciais e os de EaD. Quando os dois grupos anunciaram o processo de fusão, em meados de 2016, reconheceram que a companhia que resultaria do casamento entre as duas universidades deveria receber alguns ?remédios? por parte do Cade para ser efetivado.
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Juntas, dariam origem à maior instituição privada de ensino superior do mundo, segundo dados da consultoria CM. O principal entrave à aprovação da operação estaria na sobreposição na área de EaD. O estudo conduzido pelo Cade foi desenvolvido para avaliar impactos concorrenciais da aquisição, pela sobreposição não apenas em cursos de ensino à distância mas também presenciais.
O estudo aponta ainda que a importância da marca Estácio e a necessidade de investimentos em marketing/publicidade constituem importantes barreiras à entrada de outros grupos no mercado. E que a atuação no ensino presencial facilita a atração de alunos no ensino à distância, revelando a forte relação entre as duas modalidades.
