São Paulo – A Justiça Federal em São Paulo decretou o sequestro de 25 milhões de ações da JBS S/A em substituição do seguro-garantia que o grupo se havia comprometido a apresentar na ação penal em que são réus por insider trading os irmãos Joesley Batista e Wesley, seus principais acionistas, e na qual tiveram bloqueados R$ 238 milhões. Segundo denúncia do MPF (Ministério Público Federal), eles teriam se favorecido em abril de 2017 de operações no mercado financeiro a partir de informações privilegiadas sobre suas próprias delações premiadas com a Procuradoria-Geral da República.
A troca do seguro pelas ações foi aplicada no último dia 28 pelo juiz Diego Paes Moreira, da 6ª Vara Criminal Federal, e acolhe pedido da própria defesa. O magistrado determinou que seja oficiado a Bradesco S/A CVTM “para comunicar sobre o sequestro de 25 milhões de ações da JBS S/A (JBSS3) da conta do cliente FB Participações, que ficarão indisponíveis até nova decisão judicial”.
A medida atendeu pedido da defesa dos irmãos Batista sob alegação de que eles “não conseguem contratar o seguro-garantia junto ao mercado”. Em troca, os irmãos ofereceram a caução de ações da JBS S/A.
A Procuradoria se opôs ao pedido, informando que as ações da JBS são voláteis, pois seu preço oscilou constantemente nos últimos meses. Segundo a Procuradoria, “as perspectivas da empresa não são favoráveis, pois vendeu ativos recentemente para diminuir seu endividamento”.
Inicialmente, a defesa de Joesley e Wesley Batista se comprometeu a oferecer um seguro-garantia no valor de R$ 238 milhões para suspender a decisão do bloqueio. O MPF concordou com a suspensão do bloqueio se apresentado o seguro-garantia naquele montante. “Entretanto, a defesa não logrou êxito em obter um seguro-garantia”, assinala o magistrado, por isso, ontem, determinou o sequestro das ações.