Cotidiano

Jovens leitoras de 'Cinquenta tons de cinza' são mais sexistas, diz estudo

dakota-johnson-fifty-shades-grey.jpgRIO – Leitoras da série erótica “Cinquenta tons de cinza” tendem a ser mais sexistas do que jovens mulheres que não são fãs da obra da escritora E. L. James, segundo um estudo das universidades estudais de Ohio e Michigan, nos Estados Unidos.

O time de pesquisa das universidades definiu “sexismo benevolente” como a crença de que as mulheres devem ser protegidas e cuidadas por homens e “sexismo hostil” como objetificação do sexo feminino. Foram analisados dados entre 747 mulheres americanas com idade entre 18 e 24 anos.

Liderado pela pesquisadora Lauren Altenburger, o estudo mensurou a percepção das mulheres sobre as relações entre os dois gêneros de acordo com o Questionário de Sexismo Ambivalente, no qual as participantes devem responder a 22 itens em uma escala de concordância.

Os pesquisadores descobriram que 61% das participantes que haviam terminado pelo menos um dos livros da trilogia tinham “atitudes sexistas ambivalentes, hostis e benevolentes mais fortes” do que as que não tinham lido nenhum.

A pesquisa ainda pediu que as jovens encontrassem as palavras que melhor descrevessem o romance, entre adjetivos como “sexy”, “abusivo”, “degradante” e “romântico”. Aquelas que definiram a história como “romântica” tendiam mais a aceitar “noções do sexismo benevolente” que apontavam para a submissão feminina, como acreditar que “a fraca, menos assertiva, mais emocional e menos inteligente” Anastasia (protagonista do livro) não é feliz sem um relacionamento e que precisaria do dominante Christian (seu par romântico) para completá-la.

O estudo também ressalta que, no entanto, ao invés de levar o leitor a atitudes sexistas, é mais capaz que pessoas que compartilhem dessa visão se sintam mais atraídas pela leitura do romance.