Cotidiano

JBS prevê alta de preços para compensar custos internos elevados

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SÃO PAULO – A JBS, maior produtora de carne do mundo, afirmou que busca elevar os preços e reduzir a produção na tentativa de compensar um aumento nos custos e a valorização cambial, que cortaram as margens de lucro no mercado interno. A companhia já reajustou preços no mercado brasileiro em 8% no segundo trimestre, segundo executivos da empresa.

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Os recentes esforços da companhia em passar custos mais altos a clientes não têm sido suficientes para fugir da disparada do preço do milho doméstico usado como ração para o gado, indicou o presidente executivo Wesley Batista. Além disso, indicou, a receita com exportações tem sido contida por uma valorização do real mais rápida que a esperada.

? Temos desafios imporantes na América do Sul ? afirmou Batista em conferência com investidores após divulgar os resultados da companhia. ? Há mais a ser feito.

Os ganhos ajustados antes de juros, taxas, depreciação e amortização (Ebitda) caíram 19%, a R$ 2,89 bilhões no segundo período frente ao ano anterior, com as margens para o período no nível mais baixo em quatro anos, indicou a companhia nesta quarta-feira. Ainda assim, o lucro líquido chegou a R$ 1,5 bilhão, ante R$ 80,1 milhões no ano passado, impulsionado pelo câmbio favorável. O real acumula alta de 26% frente ao dólar este Ano. A receita da companhia subiu 12%, a R$ 43,7 bilhões no período.

? Nós já esperávamos uma apreciação do real, mas veio muito mais rápido do que a previsão ? avaliou Batista.

Segundo o presidente-executivo da JBS, Wesley Batista, a recuperação das margens da divisão Seara, de alimentos processados e na qual a empresa tem investido para fazer frente à rival BRF, deverá vir com repasse de preços. A Seara terminou o segundo trimestre com margem Ebitda de 8,3% ante 13,5% nos três primeiros meses deste ano.

O executivo afirmou que a JBS considera a redução no volume da produção no Brasil enquanto busca aumentar margens. No entanto, a companhia não tem planos de fechar fábricas.

Batista disse acreditar que chegou ao fim no segundo trimestre o ciclo negativo para o mercado de carne bovina, citando o aumento das exportações de carne dos Estados Unidos, o que diminui a oferta no mercado interno e favorece os preços.

Segundo a companhia, a perspectiva é mais favorável para a produção de carnes bovina e suína nos EUA. Uma maior disponibilidade esperada de animais para o abate, preços de grãos em queda e alta na demanda de exportação são vistos como gatilho das margens de lucro no país no segundo semestre, afirmou Batista.

? Estamos bem seguros que nesta primeira metade do ano encerramos esta fase de baixa do ciclo. Acreditamos muito no potencial dessa unidade de negócio na segunda metade do ano e 2017 ? disse o executivo.