RIO ? O coletivo dinamarquês Superflex pretende ajudar a salvar vidas na guerra da Síria com a nova versão de sua instalação ?Equipamento hospitalar?, que estreia nesta sexta-feira, na galeria Von Bartha, em Basel, na Suíça. A exposição consiste em objetos cirúrgicos que irão para um hospital Sírio assim que a exibição terminar. O coletivo descreve o trabalho, para o ?Art Newspaper?, como ?um ready-made às avessas, já que nós não só botamos um objeto industrial em um contexto artístico, mas também o levamos para o mundo?.
A mesa de operações, os equipamentos e a luminária cirúrgica que formam o trabalho serão empacotados e transportados para o hospital Salamieh, na Síria, após o término da exposição, em 18 de março. Tudo que restará da obra serão três fotografias. O dinheiro da venda dessas fotografias (US$ 24.800 cada) vai pagar o equipamento médico. Uma delas já foi vendida.
?Ao mesmo tempo em que é uma mesa de operação em uma galeria, é uma obra de arte em um hospital?, explicam os artistas, remetendo à desconstrução do ?ready-made?, conceito popularizado por Marcel Duchamp que consiste utilizar objetos industriais do dia-a-dia como escultura, dando à eles um valor de obra de arte.
Essa é a segunda vez que o Superflex reproduz o trabalho. Em 2014, os equipamentos cirúrgicos foram enviados a um hospital na Faixa de Gaza. Além do intuito de questionar as ?reações divergentes sobre a pesada cobertura da mídia e campanhas humanitárias para angariação de fundos envolvendo conflitos de guerra?, o coletivo também quer ?desafiar o conceito e prática de arte contemporânea, coleções e propriedade?.