Cotidiano

Informalidade supera emprego formal

São Paulo – O ano de 2017 foi marcado pela recuperação da economia e pela redução do número de desempregados. O Brasil chegou a somar 14,176 milhões de desempregados em março, número que caiu para 12,3 milhões em dezembro, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Mas os números não são motivo para comemoração. Isso porque o número de pessoas que trabalham por conta própria ou em vagas sem carteira assinada superou o daqueles que têm um emprego formal pela primeira vez em 2017.

Desde o trimestre encerrado em julho de 2017, o contingente dos sem carteira e por conta própria supera o dos celetistas no Brasil, apontam os dados do IBGE. Desde então, a diferença só cresce.

O quarto trimestre de 2017 se encerrou com 34,31 milhões de pessoas trabalhando por conta própria ou sem carteira, contra 33,321 milhões de ocupados em vagas formais. Em 2016, cerca de 34 milhões trabalhavam sob o regime de CLT no mesmo período, contra 32,6 milhões ocupados em vagas sem carteira assinada ou como autônomos.

O avanço do trabalho sem carteira e por conta própria mostra o crescimento da informalidade na economia. O chamado "por conta própria" é uma categoria que inclui profissionais autônomos, como advogados e dentistas, mas também trabalhadores informais, como vendedores ambulantes.

"A qualidade do emprego não melhorou, uma vez que a maioria dos empregos não possui carteira assinada", disse Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Na contramão da queda do desemprego, 2017 encerrou com o menor número de pessoas empregadas com carteira assinada desde 2012 – são 33,32 milhões. O ápice do emprego formal foi em 2014, com 36,6 milhões de trabalhadores empregados sob o regime CLT. Entre 2014 e 2017, 3,3 milhões de vagas formais foram fechadas, apontam os dados do IBGE.

Paraná é vice-líder em demissões de bancários

Em 2017, foram fechados 17.905 postos de emprego bancário em todo o País. São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro foram os estados com maior incidência de saldos negativos. O saldo negativo foi resultado de 25.292 admissões e 43.197 desligamentos, muitos desses relacionadosaos programas de desligamento voluntário do Banco Bradesco e da Caixa, divulgados logo após a aprovação da Reforma Trabalhista pelo Senado. Os dados são do Dieese (Departamento Intersindical de Estastítica e Estudos Socioeconômicos).

São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro foram os estados mais impactados pelos cortes, com fechamento de 5.174, 3.017 e 2.015 postos, respectivamente,

Só a Caixa fechou 6.995 postos em todo o País.