Cascavel – Hoje completam dois meses que as 30 famílias remanescentes das áreas invadidas do Jardim Gramado estão no Ginásio de Esportes Francisco Pian, no Bairro São Cristóvão, em Cascavel. Elas aguardam a construção de casas nos bairros Santa Felicidade e Brazmadeira desde o início de maio.
Conforme o secretário de Ação Social, José Carlos Costa, o Cocão, as 13 primeiras unidades do Santa Felicidade devem ser entregues até o fim desta semana. “O critério determinado para quem vai morar neste local será por prioridade e por sorteio. Alguns moradores do Gramado estão todos os dias aqui trabalhando e nada mais justo que priorizá-los neste momento”, explica.
Das 30 casas planejadas para atender as famílias, 20 serão construídas no Santa Felicidade e dez no Brazmadeira. Conforme o prefeito Leonaldo Paranhos, em até 40 dias todas as casas devem ser entregues. “A situação foi totalmente inesperada, pois sai a ordem de reintegração de posse e de repente a gente se depara com 30 famílias que não tem para onde ir. O ginásio não é o local adequado, mas é muito melhor que a rua. A expectativa é de que as moradias sejam entregues entre 30 e 40 dias”, relata.
O material utilizado para a construção das residências foi doado pela empresa Transcontinental, proprietária da área invadida no Jardim Gramado. A empresa doou as madeiras e as telhas, enquanto o município a mão de obra, tijolos, cimento, entre outros. As casas possuem 30 metros quadrados, com banheiro, sala e cozinha conjugadas e dois quartos.
Mãos à obra
A dona de casa Indiamara Silva Ianques, que residia há 16 anos no Jardim Gramado, espera se mudar o mais rápido possível. Ela e outras três pessoas vão para o Bairro Brazmadeira, onde vão ajudar a construir o novo lar. “Eu e meu marido vamos amanhã [hoje] para lá e começar a construir nossa casa. Assim, esperamos terminar o mais rápido possível e mudar o quanto antes”, diz. Indiamara tem um filho cadeirante e conta que os dias no ginásio não têm sido nada fáceis. “A rotina muda muito. Não temos privacidade nem para trocar de roupa. Com meu filho cadeirante as coisas ficam ainda mais complicadas. É ruim para dar banho, para andar com a cadeira nessas escadarias […] está bem difícil”, relata.