RIO – Os dois bebês gêmeos de apenas cinco dias de vida que estavam entre os 6.500 migrantes resgatados numa operação conjunta na segunda-feira, no Mar Mediterrâneo, foram atendidos com urgência por equipes da ONG Médicos sem Fronteiras e levados a terra firme na Itália, onde passam bem, disse ao GLOBO o coordenador do navio que efetuou o socorro.
Os gêmeos nasceram prematuramente durante a viagem de barco até a Europa, que a mãe fazia sozinha, com oito meses de gestação. A MSF havia informado mais cedo que um deles estava ?desesperadoramente doente?, vomitando, com hipotermia e sem reagir. Por causa da necessidade urgente de auxílio médico, ambos foram levados para terra firme, na Sicília.
? Acabo de descobrir que os bebês chegaram à ilha de Lampedusa, onde o que estava em estado mais grave foi levado e estabilizado para ambos serem transportados mais uma vez para a Sicília, numa unidade neonatal. Ouvimos há pouco que eles estão bem ? disse Nicholas Papachrysostomou, coordenador do navio de busca e resgate Dignity 1, que resgatou cerca de 700 pessoas.
Ainda de acordo com o coordenador, a mãe dos bebês também passa bem.
O resgate aconteceu a partir de uma megaoperação organizada pelas Marinhas italiana e espanhola com ONGs de ajuda humanitária. As autoridades contaram 20 barcos de madeira superlotados, navegando a dezenas de quilômetros ao norte da cidade de Sabratha, na Líbia. Os socorridos seriam em sua maioria migrantes de Eritreia e Somália, e alguns apresentaram quadros como hipotermia, febre, desidratação e doenças de pele.