Cotidiano

Gamboavista leva peças, shows e festas para o Porto

RIO ? Desde novembro de 2011, o Gamboavista, projeto que chega à sexta edição, transforma o Galpão Gamboa em uma grande plataforma de exibição para o público conferir shows, festas, exposições e espetáculos teatrais ? entre estreias, processos e montagens que chamaram a atenção em temporadas anteriores. Idealizado pelo ator Marco Nanini e pelo produtor Fernando Libonati, o local, que de 2006 a 2010 passou por uma série de reformas até sua inauguração, firma-se atualmente como parte do calendário cultural da cidade.

Como em muitos projetos que dão o que falar, no entanto, este foi um ano de apreensão para o Gamboavista, apesar do patrocínio da Prefeitura. Esta edição está garantida ? começando hoje e com extensa programação até abril ? mas, até o momento, não há perspectivas concretas para o futuro.

? Está tudo muito difícil e não sei como vai ser nos próximos anos. Não houve exatamente uma redução de dinheiro, mas ficou na mesma coisa que sempre foi. Isto é, houve uma redução sim, porque não colocamos nem a inflação. Mas a tendência é piorar. Fico com muita pena porque já é a sexta edição e eu queria muito fazer outras ? lamentou Nanini.

A Zona Portuária, área que sofreu as consequências de anos de degradação, hoje volta a fazer parte do radar dos cariocas, e o Galpão ajuda a escrever essa história. Para Nanini, entretanto, não foi a chegada do VLT, que facilitou o acesso até o local, nem o fim das obras olímpicas que levaram as pessoas até lá. Como lembra o ator e coordenador, o Galpão sempre teve um público cativo que, mesmo com dificuldades para acessar a área, dava seu jeito para comparecer.

? Era uma aventura de Indiana Jones para chegar até o Galpão. Tinha que passar por todas aquelas obras, mas o pessoal ia mesmo assim, porque o projeto ficou muito conhecido ? comentou ele.

NOVA SALA E UMA ESTREIA

A programação começa hoje com ?Cabeça ? um documentário cênico?, espetáculo de Felipe Vidal que celebra os 30 anos do lançamento de ?Cabeça Dinossauro?, icônico álbum dos Titãs. O espetáculo, que dá início ao principal eixo da programação, focada em artes cênicas, fica em cartaz até domingo. No sábado, além dele, haverá a festa Cabeça, à meia-noite, com discotecagem de Rodrigo Marçal e Haroldo Mourão.

Outra novidade desta edição é a inauguração de uma nova sala no espaço, além das duas que já existem ? Teatro e Garagem ? e recebem shows, festas e eventos do projeto.

? O novo espaço, batizado de Garagem Up, é uma sala multiuso pronta para receber espetáculos, exposições, e tem ainda um terraço ? ressaltou Cesar Augusto, curador da programação do evento.

Como nos anos anteriores, o Gamboavista vai trazer espetáculos que já estiveram em cartaz e nem sempre tiveram a visibilidade que mereciam, por conta de temporadas cada vez mais curtas e de incentivos que diminuíram bastante. Mas também haverá uma estreia (em janeiro): ?Sobre a Liberdade?, projeto que reúne um solo de Georgette Fadel e um espetáculo dirigido por ela, com Caco Ciocler, Rodrigo Bolzan e Zé Azul no elenco.

? O que faço é um retorno à programação do ano que merece ser revista, permitir que tenha um público interessado em assistir. Com isso, eu junto a comunidade, o público interessado em teatro, reunindo todo mundo na Zona Portuária, fazendo dali um centro de atenção de gente de todas as áreas ? destaca Cesar Augusto.