RIO – O candidato a prefeito do Rio, Marcelo Freixo, do PSOL, aproveitou o caso das doações de servidores públicos a Pedro Paulo (PMDB) para subir o tom das críticas contra o pupilo do prefeito Eduardo Paes. Para Freixo, o episódio revela falta de ética do peemedebista, independentemente da legalidade das contribuições dos funcionários. Os ataques foram desferidos pelo deputado do PSOL, na tarde deste sábado, durante caminhada na Feira do Lavradio, na Lapa.
Conforme revelou o blog de Lauro Jardim, Pedro Paulo recebeu R$ 285 mil de 57 servidores do Rio. Na sexta-feira, a Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) pediu à Promotoria Eleitoral uma investigação sobre a legalidade das doações.
O candidato do Psol também recorreu a um esforço de retórica para lembrar de forma sútil as supostas agressões de Pedro Paulo contra sua ex-mulher, Alexandra Marcondes. O inquérito contra o peemedebista foi arquivado pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, no mês passado. Fux atendeu a um pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que não se convenceu da ocorrência do crime.
? As pessoas deviam entender que o que é legal não é necessariamente ético. O que a Justiça considera legal ou ilegal, arquiva ou deixa de arquivar, não é necessariamente o que é ético. Há uma relação que a sociedade estabelece que não é determinada pelo Ministério Público. Há um sentimento na sociedade que dialoga mais com a ética do que com a Justiça. Eu acho que tem muito candidato que precisa aprender as diferenças que existem entre ética e legalidade. E é isso que o Pedro Paulo não consegue entender. A gente quer que tudo seja legal, mas também quer que seja ético – afirmou Freixo.
Pedro Paulo informou que todas as doações estão dentro da lei e que as contribuições recebidas são de servidores que acreditam no seu plano de governo.
DA RUA PARA A INTERNET
Durante o percurso na Lapa, Freixo cumprimentou pedestres e posou para fotos com eleitores. Em muitos dos selfies, pedia aos eleitores que compartilhassem as imagens nas redes sociais. Segundo o candidato, a aposta na militância virtual é sua principal trincheira para suprir a falta de tempo na televisão. Na campanha de 2012, quando Paes se reelegeu, Freixo creditou a sua votação ( que chegou a 28% dos votos) ao trabalho de mobilização na internet.
– Dessa vez a internet será ainda mais necessária porque tenho só 11 segundos de televisão. Na última eleição, tinha 1m12s e conseguia ao menos me comunicar com o eleitor. Cada foto que tiramos na rua e se espalha pelas redes, permite ampliar o alcance da campanha.