RIO ? O candidato do PSOL à prefeitura do Rio, Marcelo Freixo, defendeu nesta sexta-feira o aumento das verbas direcionadas à Cultura para 1% do orçamento do município. O candidato afirmou que o incremento será possível porque, caso eleito, vai cortar cargos comissionados, o que provocaria economia nas finanças. Freixo, no entanto, não estimou o valor que será poupado, alegando que o cálculo não é possível neste momento porque ?falta transparência? às contas da prefeitura.
No ano passado, a Cultura ficou com 0,87% das receitas municipais. Para este ano, a previsão é de um orçamento de R$ 252 milhões, o equivalente a 0,82% do total. Já para 2017, o projeto de lei orçamentária enviado para a Câmara de Vereadores prevê gastos de R$ 240,4 milhões, ou 0,81% de toda a arrecadação do município.
? A gente quer que o orçamento da cultura seja, no mínimo, de imediato, 1% (do total). Vou economizar, principalmente, não distribuindo cargos para aliados políticos. Eu não tenho que alimentar o grupo do (Anthony) Garotinho, do Rodrigo Bethlem, do PP, do (Francisco) Dornelles, e do PMDB. Não vou ter que dar emprego para esses setores. O dinheiro que se economiza dos cargos comissionados pode e deve chegar onde se beneficia mais a população. A situação da prefeitura não é igual à do estado. Você tem a possibilidade de investir. O problema é que se investe mal e sem transparência ? criticou Freixo.
O candidato, porém, não definiu o valor que pretende redirecionar para a Cultura com a extinção de cargos comissionados:
? Não dá ainda para ter uma ideia porque não existe transparência dos recursos públicos. Você não tem hoje esses números adequados. Eu me reuni recentemente com um grupo grande de economistas, da PUC, economistas que já estiveram inclusive no governo do Eduardo Paes. Claramente há recursos e possibilidade de investir melhor, com transparência, eficiência e participação.
Freixo visitou uma antiga praça em Honório Gurgel, na Zona Norte, acompanhado de artistas e produtores culturais da região. O candidato pretende transformar a área, hoje abandonada, em um centro cultural.
? É um terreno abandonado que poderia e deveria ser uma lona cultural, que possa gerar emprego, renda e lazer. Os alunos das escolas poderiam usar isso aqui como um local de referência, de memória do bairro. Além disso, os artistas locais, com uma política de edital, de valorização completa dessa política de cultura, poderiam ter aqui um espaço de valorização dessa cultura e de encontro de moradores, de lazer. É um desperdício enorme ? avaliou.
Segundo o candidato, a prefeitura distribuiu mal os espaços culturais pela cidade:
? Hoje, 72% de todos os equipamentos de cultura atendem a 20% da população, no Centro e Zona Sul. É fundamental que a cultura chegue à Zona Norte e à Zona Oeste, porque há demanda por cultura e espaço para isso.