Entre os 84 mortos do atentado em Nice está uma menina de 6 anos, filha de uma brasileira, e possivelmente sua mãe. Elizabeth Cristina de Assis Ribeiro estava com o marido e as três filhas quando o caminhão avançou sobre a multidão. O pai ainda conseguiu salvar as duas filhas mais novas, mas Kayla e Elizabeth foram atropeladas, segundo o jornal Extra. A menina morreu e a família, no Rio de Janeiro, ainda não tem notícias da mãe, que foi levada para o hospital.
Sabíamos que eles estavam passando férias em Nice, num hotel próximo ao local onde aconteceu a tragédia afirmou Diego Marinho dos Santos de Souza, sobrinho de Elizabeth.
Entre os mortos, estão estrangeiros como americanos, suíços e alemães. Embora o Ministério de Relações Exteriores afirme não ter informações sobre vítimas brasileiras, há relatos de três feridos. Um deles foi Anderson Happel.
Empurrei minha irmã e, quando fui tentar correr, o para-choque bateu na minha perna esquerda, e caí do outro lado. Todo mundo corria em pânico, chorando. Tinha muita criança morta relatou.
Outra brasileira escapou por pouco do atentado. Juliana Solberg está na França para um curso de francês e acabou se refugiando em uma casa. Como no atentado de Paris, em novembro, muitos franceses abriram suas casas para quem fugia do caos.
Uma senhora abriu as portas e nos deixou dormir lá. Nunca senti tanto medo.
ABRIGO EM HOTÉIS
Outros tiveram mais sorte. De férias na cidade, Débora e Miikka Rosendahl assistiram à chegada do caminhão pouco depois da queima de fogos no Passeio dos Ingleses, mas saíram ilesos.
Quando vimos que o caminhão estava correndo, batendo em placas e vindo na direção das pessoas, nós corremos. Corremos muito, até chegar ao nosso hotel contou a jornalista, que mora na Finlândia. Vamos embora hoje (ontem), não quero mais ficar aqui encerrou Débora.
Radicada há 20 anos em Nice, a psicóloga Suerda Albuquerque de Sena contou que, após a queima de fogos, ouviu muito gritos e o som dos carros de bombeiros. Ela chegou a pensar que fosse o barulho da festa, mas logo começou a receber mensagens de amigos que se refugiaram em hotéis. Segundo ela, a polícia pede para as pessoas evitarem os lugares públicos.
De férias com a família, Gabriela Rabaldo jantava a cerca de 500 metros do local do ataque e viu quando a grande multidão começou a correr pelas ruas. Passado o susto, conta:
Muitas pessoas estão circulando pelas ruas e indo para o trabalho. Tentam voltar à rotina.
Morando há uma ano na cidade, a tradutora Carolyn Oliveira, de 31 anos, contou que estava no Brasil e chegou à França a tempo de participar das comemorações do dia da Bastilha.
Eu e meu marido começamos a correr e nos refugiamos em um bar. Foi assustador. Os seguranças da casa desligaram as luzes e pediram para que nos afastássemos das janelas contou.
O marido de Carolyn é professor em uma universidade e não recebeu aviso para ficar em casa. Segundo ela, as pessoas estão voltando ao trabalho.
Há vários estrangeiros entre as vítimas. Uma professor e duas alunas alemãs estão entre as vítimas. Elas são da escola Paula Fürst, de Berlim, e estavam em Nice comemorando o fim dos exames. Um ucraniano e um suíço estão mortos, enquanto um casal idoso italiano está desaparecido. Angelo DAgostino, de 71 anos, e Gianna Muset, de 68, estariam nas celebrações quando o caminhão avançou contra a multidão.
O atentado também acabou com a vida dos americanos Sean Copeland, de 52 anos, e de seu filho, Brodie, de 11. Os dois viviam em Austin, no Texas, e passavam férias na Riviera Francesa. Perder uma pessoa querida é muito duro em qualquer circunstância. Mas perdê-la numa tragédia como essa é insuportável, disse Haley Copeland, sobrinha de Sean, no Facebook.
A russa Viktoria Savchenko, de 20 anos, é outra vítima. A jovem estudava na Academia Russa de Finanças, em Moscou, e passava férias em Nice com a amiga Polina Serebryannikova. As duas caminhavam pela costa quando viram o caminhão vindo na direção delas.
O caminhão se movia numa direção estranha. Minha amiga foi golpeada e morreu. Eu fui levada para um hospital porque quebrei os dedos de um dos pés. A outra perna está inchada.
Com agências internacionais