RIO – A urgência do ajuste fiscal para o governo aparece até mesmo na comunicação de sua equipe econômica. Os integrantes da equipe tem um grupo no WhatsApp chamado ?ajuste fiscal inevitável?, segundo o secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida.
? A equipe se conhecia antes mesmo de entrar no governo. Temos um grupo no WhatsApp chamado ?ajuste fiscal inevitável?. Temos uma interlocução muito boa com o Banco Central ? disse Mansueto, ao participar de seminário promovido pela Firjan, pela FGV e pela agência de classificação de risco Standard&Poor?s.
O secretário rebateu nesta segunda-feira que o ajuste fiscal comprometa o crescimento da economia brasileira. De acordo com Mansueto, a diferença do Brasil para países como EUA e Japão é que, aqui, a alta taxa de juros permite que a melhora nas contas públicas por meio de ajuste fiscal estimule a economia.
? Naqueles países, com juros muito baixos ou até negativo, a única arma de estímulo é a política fiscal. Aqui, não. Se a gente avançar no ajuste fiscal, a gente vai conseguir levar a uma queda de juros. A reforma fiscal aqui seria, assim, expansionista ? disse o secretário. ? O que não dá é aplicar aqui uma política keynesiana (estímulo por meio de aumento de investimento público) com esse nível de dívida e de déficit que temos aqui no Brasil.
Mansueto de Almeida defendeu a PEC do teto de gastos das críticas que têm sido feitas ao projeto.
? A PEC vai congelar a despesa por 20 anos? Claro que não! Ela pode ser revista em 10 anos. Algumas pessoas no Congresso achavam que o Brasil ia crescer 6% e faríamos o ajuste em quatro e cinco anos. Mas nós fomos conservadores ? disse.
Ele afirmou que ?todo esse medo com relação às áreas de Saúde e à Educação na fazem o menor sentido?.
? Saúde e Educação não serão prejudicados. A PEC é federal, A parte da educação que ela pega é só R$ 60 bilhões de gastos do ministério com educação, mas o gasto total do país é de R$ 370 bilhões por ano porque a maior parte dos gatos é feito por estados e municípios. No caso da saúde, alguns médicos me perguntaram: e se houver uma epidemia? Minha resposta é que isso se financia com crédito extraordinária, então você financia fora da PEC. Todo esse medo com relação às áreas de Saúde e Educação na fazem o menor sentido. Elas tem um piso, não um teto. Agora, a PEC vai levar a uma mudança substancial, porque a gente vai ter que discutir orçamento. E disso ninguém gosta ? afirmou o secretário.
*Estagiário supervisionado por Lucianne Carneiro e Rennan Setti