BRASÍLIA ? O deputado André Moura (PSC-SE) divulgou uma nota na noite desta quinta-feira oficializando sua saída da liderança do governo na Câmara. Depois da pressão de aliados, sobretudo do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) – que não tem boa relação com Moura e disse, em entrevista ao GLOBO, que não tinha sintonia com o deputado e que preferia lidar com outro líder -, o presidente Michel Temer convidou para o posto o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Governo – 23.02
Na nota, Moura explica que estava em Sergipe, na tarde de hoje, quando recebeu um telefonema de Temer lhe comunicando sobre as mudanças. O deputado elogiou o presidente e a confiança depositada em seu trabalho, além de reforçar que o governo precisa de uma base “unida e coesa”. Ele defendeu que a governabilidade seja prioridade e que esteja “acima dos homens e suas vaidades”.
“Foi com enorme orgulho que servi ao projeto de uma gestão reformista ? tarefa árdua, aliás, mas fundamental para operar o progresso e provocar resultados positivos pelo Brasil. Depois de anos de dificuldades econômicas, o País finalmente encontrou seu rumo com a adoção de medidas para retomar o desenvolvimento. A resistência ao novo e às mudanças são sempre elevadas e o governo, mais do que nunca, precisa de uma base unida e coesa. A governabilidade deve estar, portanto, acima dos homens e suas vaidades, e a arte da política percorre caminhos virtuosos que sempre tive o orgulho de trilhar. Assim, posso dizer que tenho a certeza do dever cumprido”, escreveu Moura.
Além de Temer, André Moura citou nominalmente em sua carta os ministros Eliseu Padilha, da Casa Civil, o ex-ministro da articulação política Geddel Vieira Lima, o atual ministro da pasta, Antonio Imbassahy, e o ex-deputado Sandro Mabel – assim como Moura, aliado do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, agradecendo-os pelo “trato corriqueiro”. Não houve qualquer menção a Rodrigo Maia.
O deputado disse que esses são “líderes que entendem a dinâmica, funcionamento e força da Câmara dos Deputados”, e agradeceu aos “líderes partidários, aos colegas parlamentares e aos ministros de Estado, sem os quais me seria impossível obter o sucesso alcançado na aprovação de todas as votações que conduzimos ao longo do ano de 2016”.