BUENOS AIRES ? Em seu último ano como presidente argentina, Cristina Kirchner aumentou seu patrimônio em 20%. É o que mostra a sua mais recente apresentação ao Escritório Anticorrupção do país na comparação aos 64 milhões de pesos registrados na declaração de renda do ano anterior.
A ex-mandatária afirmou que hoje possui 77 milhões de pesos argentinos ? o equivalente a cerca de R$ 19 milhões. Os documentos foram obtidos pelo jornal ?La Nácion?.
Em sua declaração, Cristina afirma que tem sete imóveis em seu nome. Dois destes bens valem 10 milhões e 14 milhões de pesos. Ambos foram registrados como frutos de uma herança. Em dinheiro, a ex-presidente afirma ter 120 mil pesos.
Assim como seu filho Máximo, Cristina já não tem mais uma dívida com a companhia construtora de Lázaro Báez. O empresário está preso há dois meses por suposta lavagem de dinheiro. Mas agora a ex-presidente mantém uma outra dívida de 108 mil pesos.
No total, a sua dívida chega a 5 milhões de pesos. Dentre elas, a mais alta é com a empresa Hotesur, da qual é acionista. O valor desta dívida chega a 4,6 milhão de pesos.
Em maio, Cristina e Máximo foram acusados formalmente de aceitação de subornos em atividades criminosas investigadas no caso Los Sauces ? no qual ela é alvo de pedidos de investigação por supostamente receber propina de Lázaro Báez e Cristóbal López, vencedores de várias licitações de obras públicas.
O promotor Carlos Rívolo ampliou as acusações que levaram ao indiciamento da ex-mandatária, que é investigada por crescimento injustificado do patrimônio da família com o caso no entorno.
? Nos parece necessário que o juiz (Claudio) Bonadio investigue o delito, mais conhecido como suborno. O retorno era feito por transações milionárias. É oportuna e necessária a eventual declaração (de Cristina sobre o caso). É uma causa similar à Hotesur (na qual Cristina é investigada por fatos semelhantes) ? disse a deputada Margarita Stolbizer, que fez a denúncia acolhida na Justiça federal.
Báez e López, parceiros econômicos dos Kirchner de longa data, também foram acusados no caso. Contratistas de obras públicas ligadas à empresa (recentemente alvo de uma revista), eles alugaram propriedades dela que não teriam tido uso e também teriam dado dinheiro ilegalmente para receber vantagens em obras estatais.