SÃO PAULO – O segundo dia do julgamento de Elize Matsunaga, que completa 35 anos nesta terça-feira, começou com o promotor José Cosenzo mostrando fotos da cabeça decapitada de partes do corpo de Marcos Kitano Matsunaga. Elize abaixou a cabeça e pediu autorização para o juiz para sair da sala. Os jurados também ficaram impressionados com as imagens.
O delegado Mauro Dias, responsável pelo indiciamento de Elize Matsunaga, disse em depoimento no Fórum da Barra Funda, em São Paulo, que Elize Matsunaga ?era exímia atiradora? e que ?conseguiu enganar todo mundo?.
O delegado disse que peritos constataram que Marcos começou a ser esquartejado pela mulher quando ainda estava vivo. ?Cortou nos lugares certos?, disse o delegado. Ele falou que ao descobrir que Elize era enfermeira viu que estava no caminho certo.
Segundo o delegado, os cortes no corpo de Marcos foram feitos ?de uma forma que muitos cirurgiões não conseguem?.
Delegado disse que pela foto da cabeça de Marcos tiro foi dado a curta distância, o que não bate com a história contada por Elize, de que teria a tirado a dois metros. Segundo o delegado, foi entre 15 e 20 centímetros.
?Ela (Elize) era exímia atiradora. Segundo as oitivas, atirava melhor que ele (Marcos)?, disse o delegado responsável pelo indiciamento de Elize. ?Ela conseguiu enganar todo mundo. Ninguém desconfiava dela a não ser o reverendo?, afirmou Dias, citando o reverendo René Henrique Gotz Luch, que fez o casamento de Elize e Marcos. O reverendo está na lista de testemunhas do caso mas foi dispensado de depor pela acusação e defesa.
O delegado disse ter apurado que o reverendo que casou Elize e Marcos já havia alertado a vítima sobre a chance da ré cometer algo grave. Segundo o delegado, o reverendo destacou três alertas que fez a Marcos. Primeiro se precaver trancando a sala das armas porque a Elize estava psicologicamente abalada. Segundo procurar um tratamento pra ela e terceiro avisar a família dele do que estava acontecendo. O reverendo sugeriu que ele quebrasse a chave dentro da fechadura do quarto das armas. Disse: ?Marcos ela pode te matar?.
O delegado disse que Marcos mostrou nervosismo e chutou elevador ao descer para pegar uma pizza. Quando voltou para casa, foi morto. Ele também destacou que foi encontrado no apartamento um saco plástico igual ao encontrado junto ao corpo de Marcos.
Das 21 testemunhas listadas, duas foram dispensadas: um delegado e o reverendo que casou Elize e Marcos. Três já deram depoimento na segunda-feira. Faltam mais 16.
Após ouvir os depoimentos das testemunhas de acusação e defesa, ocorre o interrogatório da ré. Posteriormente, MPE e defesa fazem as últimas alegações e os sete jurados se reúnem para decidir se condenam ou absolvem a acusada.
Em seguida, o juiz Adilson Paukoski Simoni aplicará a sentença.
Informações do G1