Cotidiano

Eletrobras não pode ser confundida com órgão de governo, diz novo presidente da empresa

2016 920538785-2015 855086897-229537614.jpg_20151004.jpg_20160701.jpgBRASÍLIA – Ao tomar posse nesta quarta-feira como novo presidente da Eletrobras, em Brasília, Wilson Ferreira Júnior afirmou que a sua prioridade será recuperar a credibilidade e a sustentabilidade financeira da estatal, que vem enfrentando dificuldades no caixa, em meio ao envolvimento em esquemas de corrupção. Ferreira afirmou que vai assumir como compromisso impedir a ?promiscuidade? entre agentes públicos e privados.

? Seremos capazes de superar qualquer obstáculo. O primeiro é recuperar a confiança do mercado e da sociedade na Eletrobras. A Eletrobras é uma gigante. Seremos capazes de restaurar essa confiança e credibilidade dessa empresa ? afirmou Ferreria, acrescentando que tem como compromisso manter a ética dentro da empresa.

? A corrupção não apenas corrói o valor e drena recursos. A corrupção curva o foco dos trabalhos da empresa. A corrupação mata. Ela pode matar empresas inteiras. A ética se tornou questão de sobrevicência. A saúde ética e a saúde financeira se tornaram únicas.

Wilson Ferreira disse que, na sua gestão, a empresa vai priorizar quatro aspectos: no resgate da sustentabilidade da empresa; na excelência operacional; na governança; e a estatal terá como foco a geração e a distribuição de energia.

CAMINHO ABERTO PARA PRIVATIZAÇÕES

Na semana passada, a Eletrobras decidiu não renovar as concessões de suas seis distribuidoras de energia no Norte e no Nordeste do país (Piauí, Alagoas, Acre, Rondônia, Amazonas e Roraima), abrindo caminho para a privatização das empresas.

? A venda dos ativos de distribuição será benéfica. A Eletrobras é uma empresa pública. Nesse sentido, não deve ser confundida com órgão de governo. Prestar serviços públicos de qualidade é a única resposta que podemos dar a população do nosso país ? afirmou Ferreira.

? Há a necessidade de usar a escala e o tamanho da Eletrobras dando prioridade a nossa vocação. Devemos reconhecer que as estatais tem muito mais dificuldade de operar essas concessões (de distribuição). Primeiro pela dificuldade em fazer investimentos diários. E o órgão regular estabelece objetivos de aumento de produtivade. As desvastagem competitivas não confere às estatais as melhores condições para os melhores objetivos ? completou.

Wilson Ferreira tomou como presidente da Eletrobras oficialmente nesta quarta-feira, em solenidade no Ministério de Minas e Energia, em Brasília. Ex-integrante do conselho de administração da CPFL, ele é tido como um técnico do setor e assumirá a presidência da estatal no lugar de José Costa Carvalho Neto.

Na segunda-feira, além de Ferreira, tomaram posse outros seis integrantes do Conselho de Administração da Eletobras: a economista Elena Landau; o engenheiro e consultor Vicente Falconi; o consultor José Luiz Alquéres; o executivo adjunto do Ministério do Planejamento, Esteves Colnago Junior; a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi; e o ex-diretor de Engenharia da Chesf Mozart Siqueira.