Cotidiano

Eleição não pode ser decidida 'no tapetão', diz Dilma na Paraíba

lula-dilma.jpgRIO – Em ato realizado na Paraíba, a ex-presidente Dilma Rousseff afirmou que o povo brasileiro deve lutar pela realização de eleições presidenciais diretas em 2018. Segundo ela, adversários políticos dos petistas querem evitar que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros candidatos de esquerda disputem o pleito.

? O povo desse país não suporta outro golpe. Esse segundo golpe é impedir que os candidatos populares sejam colocados à disposição do povo. O Lula é um deles. Vamos nos reencontrar com a democracia, é o único jeito de lavarmos a alma do povo brasileiro. E só a água da democracia lava nossa alma. Vamos nos encontrar em uma eleição direta em outubro de 2018, é logo ali. Vamos exigir que haja eleição, e que os competidores não sejam impedidos de competir. (Decidir) No tapetão, não ? pregou Dilma.

A candidatura de Lula é ameaçada pelos processos que ele responde no âmbito da Operação Lava-Jato. Caso seja condenado em segundo instância, o ex-presidente – que é réu em cinco ações judiciais – seria enquadrado na Lei da Ficha Limpa. Na mesma linha de Dilma, Lula afirmou que os adversários têm medo de tê-lo na disputa.

? Eu sou um homem que não tem ressentimento. Quando a gente chega aos 70 anos não temos mais como guardar ódio. Eu quero dizer para todo mundo que aprendi a andar de cabeça em pé neste país. Eu nem sei se estarei vivo para ser candidato em 2018, e sei que eles querem que eu não seja candidato. Eles peçam a Deus para eu não ser candidato, porque se eu for é para ganhar e trazer de volta à alegria deste país ? disse Lula à multidão que acompanhava o ato em Monteiro.

O discurso ocorreu na cidade de Monteiro, no Cariri da Paraíba, onde petistas e seus aliados organizaram uma “inauguração popular” do eixo Leste das obras de transposição do Rio São Francisco, em resposta à visita do presidente Michel Temer à região, no início do mês. Na ocasião, petistas afirmaram que Temer e seus aliados queriam “roubar a paternidade” das obras, iniciadas no governo Lula e realizadas majoritariamente na gestão de Dilma.