SÃO PAULO. A ex-primeira dama Marisa Letícia e Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do ex-presidente Lula, informaram à Polícia Federal que pretendem ficar em silêncio caso tenham de depor no inquérito que investiga se a família é ou não a real proprietária do sítio de Atibaia, que está em nome de Jonas Suassuna e Fernando Bittar. Em documento encaminhado pelos advogados da família, os dois informaram que pretendem usar o direito constitucional de permanecer em silêncio, “razão pela qual se mostra inútil” o deslocamento até Curitiba ou outro local para que sejam ouvidos. Para eles, será desperdício de recursos e de tempo para as autoridades.
“Tendo em vista grande estardalhaço realizado pela imprensa respeito dos fatos apurados por Vossa Excelência e, ainda, que nada mais tem acrescentar em relação aos esclarecimentos já prestados por seu cônjuge, ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, afirma o documento assinado por dona Marisa.
Tanto dona Marisa quanto Fábio Luís afirmam no documento enviado à PF não serem proprietários de fato ou de direito do sítio investigado e não terem “qualquer ciência ou participação da utilização de recursos de origem não lícita empregados no imóvel objeto de investigação”.
O delegado da Polícia Federal Márcio Anselmo, um dos responsáveis pela Lava-Jato, considerou lamentável a posição dos dois, já que a família tem alegado estar à disposição das autoridades para esclarecimento das investigações. No documento, informou que os depoimentos serão mantidos, em data ainda a ser designada, para que, caso queiram, ambos possam apresentar suas versões dos fatos.
“Lamentável posição por parte dos referidos que, além de serem críticos da condução coercitiva, cuja validade já fora reconhecida no julgamento do HC 107644 sob relatoria do ministro Ricardo Lewandowski, julgado em 06/09/2011, apesar de sempre terem alegado estarem disposição das autoridades para esclarecimento dos fatos quando intimados, buscam evitar comparecimento, notadamente diante de tantos fatos serem esclarecidos pelos ora peticionantes”, escreveu o delegado