RIO – A revista britânica “Financial Times” colocou a ex-presidente Dilma Rousseff na lista de mulheres do ano de 2016.
TSE Dilma TemerEm entrevista à publicação, Dilma afirmou que os problemas econômicos do país durante a sua presidência foram causados pela crise internacional e que a “oligarquia” ficou contrariada com suas políticas de redistribuição de renda.
O chefe da redação da FT no Brasil, Joe Leahy, que entrevistou a ex-presidente, escreveu: “Quem espera um ‘mea culpa’ ficará decepcionado. A crise financeira global estava por trás das dificuldades econômicas do país, segundo ela, e o Congresso impediu suas tentativas de fazer reformas, incluindo um aumento de impostos para reduzir a explosão no déficit orcamentário”.
“Acho que a oligarquia brasileira tradicional ficou desconcertada com essa pequena redistribuição de renda”, afirmou a ex-presidente à revista.
Ela também fez duras críticas ao governo do seu substituto, Michel Temer, especialmente a PEC 55, que estabelece um teto para o orçamento federal nos próximos 20 anos:
“Durante uma recessão, políticas de austeridade são um suicídio. No curto prazo, é preciso aumentar os gastos públicos”, disse Dilma.
A ex-presidente também falou sobre como o fato de ela ser mulher teve impacto na sua presidência e na sua imagem.
“Quando você é uma mulher no poder, te chamam de seca e insensível, enquanto um homem na mesma posição é forte, firme e simpático”, critica a ex-presidente.
Além da brasileira, também integram a lista outras 18 mulheres, como Hillary Clinton, a primeira-ministra britânica Theresa May, a ginasta Simone Biles, e a presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye.
De acordo com a publicação: “Essa edição especial da revista celebra as conquistas das mulheres (e narra suas falhas)”.