Nesta quinta (27), o Parque das Aves, em Foz do Iguaçu, vai celebrar o Dia da Mata Atlântica juntamente com seus visitantes, mas também com quem estiver distante através das mídias sociais, oferecendo uma programação divertida e repleta de arte.
Com início às 10h, diretoras e chefes de divisão vão iniciar o dia conversando com o público através de uma live no Facebook sobre as razões para celebrar a data. Entre as convidadas estão Carmel Croukamp, diretora geral do atrativo; Paloma Bosso, diretora técnica; Luciana Leite, diretora de engajamento e sustentabilidade e Soraya Penzin, diretora institucional.
“É uma honra viver em domínios de Mata Atlântica, um dos biomas mais incríveis do mundo, com uma diversidade de espécies que nos encanta todos os dias. Vamos falar desses detalhes e da emoção de trabalhar para salvar espécies”, comenta Carmel Croukamp, diretora geral do Parque das Aves.
Depois, às 14h, é a vez da Troupe Luz da Lua trazer muita arte e diversão para quem estiver visitando o Parque ou acompanhando o evento em uma live no Facebook. A apresentação do tradicional grupo circense de Foz do Iguaçu vai trazer perna de pau, monociclo e tecido.
Dia de um bioma muito importante
O Dia da Mata Atlântica foi criado para sensibilizar as pessoas sobre a importância da conservação de um dos biomas mais biodiversos do mundo. Embora 17 estados brasileiros estejam em domínios de Mata Atlântica, mais de 91% da sua área original já foi devastada, tornando-a um dos biomas mais ameaçados do planeta. Hoje, várias instituições atuam para proteger o bioma e sua biodiversidade. Dentre os que lutam para a preservação da Mata Atlântica, o Parque das Aves é o único zoológico do mundo focado na conservação de aves da Mata Atlântica, principalmente as 120 espécies e subespécies ameaçadas de extinção, focando seu trabalho no abrigo, resgate e conservação desses animais.
“Um desses exemplos é a saíra-apunhalada, espécie criticamente ameaçada de extinção, com apenas 11 indivíduos conhecidos restantes no planeta. Em abril trabalhamos junto com várias instituições e indivíduos super engajados para procurar soluções para evitar sua extinção”, fala Paloma Bosso, diretora técnica do atrativo.
A Mata Atlântica é um bioma onde vivem cerca de 72% dos brasileiros, mais de 20 mil espécies de plantas e pelo menos 2 mil espécies de animais vertebrados, incluindo 890 espécies de aves (231 endêmicas, ou seja, exclusivas da Mata Atlântica). Além disso, seus ecossistemas nos fornecem recursos essenciais para vivermos bem (água, alimentos, remédios, fibras e madeiras).
Razões para acreditar
Apesar das dificuldades que a Mata Atlântica e suas espécies vêm enfrentando, há muitas razões para celebrar a data, criada por Decreto Federal em 21 de setembro de 1999.
Em fevereiro de 2020, por exemplo, o Parque das Aves recebeu um grupo de 25 especialistas em conservação para discutir estratégias para salvar espécies de aves da Mata Atlântica, dentro do Plano de Ação Nacional para a Conservação das Aves da Mata Atlântica.
“Foi uma honra receber os maiores especialistas do Brasil em conservação de aves e as estratégias traçadas na data para frear a extinção de espécies, apesar da pandemia, continuam sendo desenvolvidas. E graças a eles, populações de espécies estão se recuperando, e ainda vão se recuperar, graças ao trabalho de diversos profissionais muito engajados pela causa”, comentou Carmel.
Além disso, a equipe se dedica ao tratamento e reabilitação de animais silvestres resgatados pela Polícia Militar Ambiental na cidade. Somente em 2021, 32% dos animais recebidos foram salvos e puderam retornar ao ambiente natural.
“Em alguns casos, pela dificuldade de readaptação do animal, eles permanecem no Parque das Aves, como é o caso do cabeça-seca, que teve uma bala próximo ao seu coração removida pela nossa equipe. Mas aqui eles ganham uma segunda chance, pois oferecemos todas as condições para que vivam com o melhor grau de bem-estar possível”, comenta Paloma.
Visita ao Parque das Aves
O Parque das Aves permanece aberto para visitação, de terça a domingo, das 9h às 16h, com rigorosos padrões de higienização e seguindo todas as orientações sanitárias do município, além das normas da Organização Mundial de Saúde. Na entrada há medição de temperatura e totens com álcool em gel espalhados para facilitar a higienização das mãos, bem como delimitações para manter a distância. Além disso, máscaras são exigidas durante toda a visita, inclusive para tirar fotos.