Cascavel Até dezembro deste ano, o Inca (Instituto Nacional do Câncer) estima que 3.730 novos casos de câncer de mama sejam registrados no Paraná. Isso representa 10 novas confirmações todos os dias no Estado, que tem a maior incidência em Curitiba, onde se concentram 840 ocorrências. Conforme o Inca, neste ano serão diagnosticados 57.960 novos casos em todo o Brasil. A taxa de mortalidade em 2016 deve chegar a 14.388 pessoas 181 homens e 14.206 mulheres.
O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no mundo, depois do de pele não melanoma. Ele responde por 25% dos casos novos a cada ano. O câncer de mama também acomete homens, porém é raro, representando apenas 1% do total de casos da doença. Acima dos 35 anos, a incidência desse tipo de câncer cresce progressivamente às mulheres, especialmente após os 50 anos.
Para tentar reduzir esses índices, inicia-se hoje a campanha Outubro Rosa, que objetiva orientar quanto a necessidade em realizar os exames periodicamente, com destaque para a mamografia, o método mais eficaz para este tipo de diagnóstico.
E foi a partir dessa ferramenta que a dona de casa Ieda Moratelli conseguiu descobrir a tempo sua doença e tratá-la. Ela é um daqueles exemplos de superação, que mesmo em meio a tantos problemas, decidiu que sua maior vontade era ir contra aquele medo de ser vencida pelo câncer de mama. Sempre fiz os exames em dia, mesmo antes do recomendado. Não sentia dor, não tinha nenhum carocinho, mas quando fiz a mamografia já estava no estágio três da doença, um abaixo do mais grave, lembra Ieda. A notícia mudou completamente sua rotina, que agora dava espaço para sessões de quimioterapia e radioterapia, além da retirada total da mama esquerda. Foram seis meses de tratamento, e até hoje [cinco anos depois da descoberta] ainda tomo remédios, explica.
A doença
O câncer de mama não tem uma causa única. De acordo com o Inca, diversos fatores estão relacionados ao aumento do risco de desenvolver a doença, entre eles a idade, fatores endócrinos/história reprodutiva, fatores comportamentais/ambientais e fatores genéticos/hereditários. No meu caso, infelizmente a minha irmã também foi diagnosticada com câncer de mama, três meses após o meu diagnóstico positivo. Desta forma, sabemos que a doença é algo genético, o que fez as mulheres da família ficarem ainda mais atentas, diz Ieda.
Outubro Rosa
O mês de outubro é um incentivo a mais para que, especialmente as mulheres, realizem os exames preventivos. Hoje, há a possibilidade de fazer a mamografia pelo SUS (Sistema Único de Saúde), assim como todo o tratamento. Não há mais desculpas para não fazer [a mamografia]. Muitas mulheres sentem medo do exame por conta do diagnóstico, mas isso não pode acontecer. Se por ventura a doença for diagnosticada é preciso ter coragem e fé para enfrentá-la. Os exames são muito importantes e precisam ser feitos em dia, orienta Ieda.
O movimento Outubro Rosa é oriundo dos Estados Unidos, iniciado em 1990 para estimular a participação da população no controle do câncer de mama a partir do compartilhamento de informações sobre a doença e a promoção e conscientização sobre a importância da detecção precoce.
Índices são altos também em outros tipos de câncer
Embora os casos de câncer de mama representem quatro vezes mais do que os de colo de útero, a incidência deste outro tipo de manifestação da doença também é significativo. No Paraná, 860 novos diagnósticos serão feitos até dezembro. Segundo o Inca, é o terceiro tumor mais frequente na população feminina, atrás do de mama e do colorretal este com 1.190 novos casos em 2016 no Paraná. O câncer de colo de útero é a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil, e a estimativa é de 5.430 óbitos neste ano em todo o País.