BRASÍLIA – Deputadas integrantes da bancada feminina na Câmara entraram nesta quarta-feira com representação por quebra de decoro parlamentar contra o deputado e líder do PSC, pastor Marco Feliciano (SP). O documento foi entregue nesta quarta-feira ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e pede que se investigue denúncias contra ele, listando cinco supostos crimes: agressão sexual, agressão física, ameaça, tentativa de corrupção e cárcere privado. Segundo elas, Maia irá encaminhar o pedido à Corregedoria Geral da Casa.
? São denúncias graves, têm que ser investigadas. Não estamos prejulgando ninguém. Mas somos deputadas representantes das mulheres e seria omissão nossa e da Casa não investigar. É preciso que haja resposta ? afirmou a líder da minoria, deputada Jandira Feghali (PC do B-RJ).
Segundo ela, o documento entregue a Maia é assinado por 22 deputadas da bancada feminina. Depois que for analisada pela Corregedoria, a representação será submetida à Mesa Diretora da Casa que decide se há ou não elementos para entrar com representação no Conselho de Ética contra o deputado Feliciano.
O deputado está sendo acusado dos supostos crimes pela jornalista Patrícia Lellis. A Procuradoria Geral da República também já foi provocada por parlamentares e poderá se pronunciar também sobre o fato. Na representação, as deputadas reproduzem matérias jornalistas que denunciam o fato, torpedos que teriam sido trocados entre a jornalista e o deputado e destacam o fato de os supostos crimes terem sido cometidos no apartamento funcional de Feliciano.
Informam que depois de denunciar o fato, ela teria negado as acusações em vídeo, mas depois reafirmado as acusações e registrado boletins de ocorrência denunciando o fato. E que a jornalista teria buscado ajuda e providencias contra Feliciano junto ao PSC, sem sucesso, e ela relatou até ter recebido suposta oferta de dinheiro em troca do silêncio.
No documento as deputadas afirmam que existem indícios suficientes para investigação dos fatos narrados e por isso pedem a abertura de processo contra ele no Conselho de Ética. “Os fatos narrados consistem em ato intolerável e de extrema gravidade”, diz um trecho da representação.
A deputada Maria do Rosário (PT-RS) acrescentou ainda que a bancada feminina pede que a jornalista não seja atacada por denunciar os fatos e nem suas denúncias sejam desqualificadas de forma prévia:
? Nós partimos aqui da presunção da inocência ( de Feliciano), mas os fatos são graves, devem ser investigados. Não podemos ficar omissos. Queremos que a verdade prevaleça e que, neste momento, a jovem que denunciou não seja atacada ou tenha suas denúncias desqualificadas antes da apuração dos fatos.