O aniversário do professor universitário Wanderson Romão, marcado para este sábado, foi estragado por uma surpresa desagradável. Morador de Vitória (ES), ele planejou passar a data especial ao lado do filho, que mora com a mãe no Rio. Para isso, contratou um serviço que permite que crianças viagem desacompanhada dos pais, sob supervisão de funcionários da empresa aérea. Na hora do desembarque, a constatação: o menino, de apenas 6 anos, não estava entre os passageiros do voo 2160, no qual havia embarcado no Galeão, na capital fluminense.
O episódio ocorreu na noite de sexta-feira e foi relatado neste sábado por Romão, em uma postagem no Facebook, na qual desabafou: ?Meu filho não é mala para ser extraviado?. Até as 19h30m, a publicação já havia sido compartilhada por mais de 7 mil usuários da rede social. No texto, ele conta que levou uma hora para descobrir o paradeiro da criança, que havia desembarcado em Curitiba (PR).
Procurada pelo GLOBO, a Gol admitiu a falha. ?A GOL pede desculpas aos familiares e ao menor pelo ocorrido e esclarece que houve uma falha no procedimento de embarque da criança, ocasionando a troca do voo. A companhia reforça que a todo momento o menor esteve assistido por um colaborador da GOL e que imediatamente manteve contato com a família para prestar a assistência necessária. Esclarece ainda que adotará medidas para evitar que situações como essa voltem a acontecer?, informou a companhia, em nota.
PAI AMEAÇA PROCESSAR EMPRESA
No texto postado no Facebook, Romão ameaça processar a empresa: ?Nunca vi um ser humano, tão inocente, puro, ser tratado com tanto desprezo, despreparo, irracionalidade, como uma espécie de uma mala, que simplesmente foi extraviada. Nos vemos na Justiça?.
Para que a criança viajasse desacompanhada, o professor pagou uma taxa extra de R$ 100. Segundo Romão, seu filho embarcou no Rio com todos os documentos necessários para que pudesse viajar desacompanhado: identidade, passagens e uma autorização judicial que permitia que o menino viajasse pelos estados do Rio, Espírito Santo e São Paulo. Ao todo, a passagem de ida e volta da criança custou R$ 750.
O investimento, no entanto, foi em vão. Identificado o erro, a Gol ofereceu embarcar o menino em um voo Curitiba-Vitória, com conexão pelo Rio. Romão não aceitou, temendo outra falha. No fim das contas, decidiu pelo retorno da criança para casa da mãe, no Rio.
?Meu filho está bem! Já está em casa, com a mãe. Mas eu continuo aqui em Vitória, sem montar minha árvore de natal, sem irmos ao Papai Noel e sem vê-lo sorrir e feliz?, desabafou o professor.