Cascavel – O consultor Flávio França Junior, economista formado pela Universidade Federal do Paraná e atuante há mais de 30 anos em análises agroeconômicas e de mercados de commodities, foi um dos palestrantes de ontem no 2º Show Pecuário, promovido pelo Sindicato Rural de Cascavel e pela Sociedade Rural do Oeste do Paraná, em Cascavel. Ele conduziu o evento intitulado Seminário sobre Tendências de Mercado de Grãos (soja, milho e trigo), no auditório principal do Parque de Exposições Celso Garcia Cid.
O milho foi um dos principais assuntos abordados pelo consultor. Apesar da forte alta no ano de 2016, França acredita que os preços devem se manter estáveis no Brasil, mesmo que tenham caído um pouco com a colheita recente. Agora os produtores estão colhendo e não estão vendendo. Essa retenção que vai manter os preços do milho em um bom patamar. Não vejo em um futuro próximo uma volta ao panorama como estávamos acostumados, de R$ 17 a saca, disse. Quanto ao mercado internacional, Junior contou que nos Estados Unidos a área plantada subiu 7% e a tendência é que os estoques globais do grão se mantenham altos. Se a safra lá for boa, que até agora tudo que indica que sim, o mercado internacional deve se manter conservador.
SOJA
Quando à soja, em âmbito global, a tendência é que a demanda se mantenha aquecida, com crescimento de 3% a 4%. Porém, nos EUA a área plantada só subiu 1%, o que é muito pouco. Assim, os preços globais devem ser estabilizados, mas há espaço para que no Brasil eles subam, comentou. Como há um cenário de incertezas e a safra brasileira ainda está relativamente longe, França recomenda que os produtores optem por não vender a commodity agora no Brasil. É hora de ser conservador e aguardar um momento mais oportuno do mercado.
Sobre o trigo, França Jr acredita que os produtores devem esperar o ano que vem para vender, já que há uma tendência de melhora de preços.