Toledo A representatividade do trigo no Oeste paranaense era muito maior antes de ser substituída pelo milho safrinha. Conforme a Seab (Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento), apenas 20% das lavouras foram ocupadas pelo grão na safra 2015/2016, e os 80% restantes destinados ao cultivo do milho, num espaço de 811.200 hectares.
O Oeste do Paraná já teve um peso bem maior em relação ao trigo. Mas, com o crescimento do milho safrinha, principalmente por conta do seu valor de mercado, ele [o trigo] deixou de ser tão expressivo na região, explica o economista da Seab, Hugo Godinho.
Embora os triticultores tenham diminuído em 20% o total de hectares cultivados de trigo, passando de 1.346.150 para os atuais 1.081.784 hectares, a produção estadual será 1% maior, chegando a 3,3 milhões de toneladas. Na região, os 132.340 hectares cultivados 23% menos do que na safra 2014/15 vão render até o fim da colheita 383,7 mil toneladas do grão. Dessa forma, a expectativa do Deral (Departamento de Economia Rural) é uma produtividade de 2.900 quilos por hectare, o que representa um aumento de 23% ante a safra passada, que chegou a 2.359 kg/há.
Esse acréscimo se dá em decorrência do clima. Em 2015 tivemos muita chuva durante a colheita, que atrapalhou os agricultores. De certa forma, isso prejudicou a qualidade do produto, reduzindo sua produtividade, explica Godinho. Além disso, o fenômeno La Niña pode ser um grande aliado às lavouras de trigo. Isso porque a previsão é de que as chuvas sejam menos volumosas, o que segundo Godinho, se torna um fator positivo à cultura.
O resultado disso tudo, se confirmadas as estimativas, vai movimentar R$ 824,1 milhões somente na região, total que é 10% maior do que em 2015, quando a safra de trigo rendeu R$ 751 milhões ao Oeste. As boas expectativas de produção foram avaliadas pelo Deral quanto à cotação do produto, que fecharam o mês anterior com uma média de 45,71. Neste mesmo período do ano passado a saca custava R$ 33,51.
Colheita
Conforme boletim divulgado pela Seab, 8% das lavouras de trigo já foram colhidas no Paraná. Dos 865 mil hectares que ainda faltam ser colhidos, 91% estão em boas condições e 9% apresentam condições médias de comercialização. Do total estadual, 41% do trigo cultivado estão na fase de maturação, outros 37% no estágio de frutificação e o restante em floração (12%) e desenvolvimento vegetativo (10%).
Safra de grãos 2016/17
A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento estima que a safra paranaense de grãos de verão 2016-2017, que começa a ser plantada neste mês de setembro, poderá alcançar 23 milhões de toneladas, dependendo da normalidade do clima entre a primavera deste ano, com a semeadura das lavouras de arroz, soja, feijão e milho da primeira safra, e o verão de 2017, quando o ciclo se completa com os trabalhos de colheita.
Caso esse volume de produção seja confirmado, ele será 14% superior ao obtido na safra de verão 2015-2016 quando foram colhidas 20,2 milhões de toneladas. O volume estimado de aproximadamente 2,8 milhões de toneladas a mais, está baseado na expectativa de aumento da produtividade, que pode ocorrer se não houver fenômenos climáticos severos.
