RIO – A Polícia Civil instaurou um inquérito policial, presidido pelo Delegado de Polícia José Alberto Lage, titular da 15ª DP(Gávea), para investigar e apurar a responsabilidade penal dos envolvidos no desabamento de um vão, na altura da Gruta da Imprensa, da Ciclovia Tim Maia na Avenida Niemeyer em São Conrado, em abril deste ano. No total, 14 pessoas foram indiciadas por homicídio culposo no acidente que vitimou Eduardo Marinho Albuquerque, de 54 anos, e Ronaldo Severino da Silva, de 60. Entre os indiciados estão sete funcionários da GEO RIO, seis do Consórcio Concremat/Concrejato e um técnico da Subsecretaria Municipal de Defesa Civil, este último po por falta de plano de contingenciamento para a interdição da ciclovia em caso de ressaca.
Segundo o inquérito, a negligência dos envolvidos nas mortes ficou caracterizada porque eles não previram o que era previsível, isto é, que ondas raras pudessem produzir jatos de reflexão e atingir o tabuleiro da ciclovia. De acordo com a Polícia Civil, a imprudência dos envolvidos foi a causa da morte das duas vítimas. Ciclovia – 21/06
Vinte e sete pessoas foram ouvidas, entre testemunhas e pessoas envolvidas no caso. Nas provas do inquérito policial, há informações de engenheiros responsáveis pela obra reconhecendo que o projeto deveria conter um estudo prévio do regime das marés e de que havia a necessidade de um plano de contingência que previsse a instabilidade das marés. Verificou-se que não foi cogitada a incidência de ondas nos tabuleiros da ciclovia, não tendo havido uma reunião para o estudo desta incidência. A solução construtiva revelou-se frágil na fixação dos tabuleiros.
Segundo a Polícia Civil, há relatos de moradores da região informando sobre ondas de grande movimento e energia, inclusive de ressacas de natureza tão violenta que faziam tremer algumas casas. O relatório conclusivo da COPPE/UFRJ, encartado no Inquérito Policial, esclarece que as ondas que atingiram a ciclovia no dia do acidente são raras, mas não inéditas.
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