LONDRES ? O diretor da agência de inteligência interna britânica, conhecida como MI5, afirmou nesta terça-feira que os ciberataques e ações de espionagem na Rússia são uma ameaça crescente para o Reino Unido e para o resto da Europa. O general Andrew Parker considerou que o governo russo impulsiona sua política externa de maneiras cada vez mais agressivas. O Kremlin refutou as alegações, que chamou de falsas, e desafiou seus críticos a apresentarem provas sobre o caso.
Segundo Parker, a Rússia foi uma ameaça velada durante décadas, mas agora há muito mais métodos disponíveis para que o país leve adiante sua pauta antiocidental ? em comparação à época da Guerra Fria. A entrevista de Parker veio no momento em que o governo britânico anunciou seus planos de investir 1,9 bilhão de libras esterlinas adicionais em defesa de cibersegurança.
? A Rússia parece se definir cada vez pela oposição ao Ocidente, e parece agir de acordo ? disse ele ao “Guardian” em uma entrevista publicada nesta terça-feira. ? Está usando toda sua gama de órgãos e poderes estatais para impulsionar sua política externa no exterior de maneiras cada vez mais agressivas, envolvendo propaganda, espionagem, subversão e ciberataques. A Rússia está ativa em toda a Europa e no Reino Unido hoje.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse aos repórteres em uma teleconferência que as palavras de Parker não correspondem à realidade.
? Até que alguém apresente provas, iremos considerar estas declarações infundadas e injustificadas ? afirmou.
Já tensionadas pelo caso de Alexander Litvinenko, um ex-agente da KGB assassinado em Londres em 2006, as relações entre o Reino Unido e a Rússia se deterioraram ainda mais por conta das ações de Moscou na Ucrânia e na Síria. Parker disse que os alvos das atividades dissimuladas da Rússia em seu país incluíram segredos militares, projetos industriais, informações econômicas e políticas de governo e externa.