A família do jovem Ailson Augusto Ortiz, de 22 anos, que foi assassinado a tiros em uma briga de trânsito na última quinta-feira (24) no Bairro Neva, deverá definir ainda nesta segunda-feira (28) quem será o advogado que os representará na ação contra o motorista, Elias da Silva Pires, de 54 anos.
A reportagem do O Paraná foi comunicada sobre uma reunião entre familiares e ao menos três advogados, para chegar a uma decisão. O assistente de acusação será o responsável por propor meios de prova, requerer perguntas às testemunhas e arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público.
Na manhã de ontem (27), familiares e amigos de Ailson fizeram uma manifestação pacífica em frente à Catedral, no Centro. Com cartazes e faixas, o grupo pediu por justiça e mais respeito no trânsito.
Inconformada com toda a situação, Jucelaine Aparecida Augusto, mãe de Ailson, acredita que Elias da Silva não deverá ficar detido. “Eu não sei nem se ele vai ficar preso. Um homem que acabou com uma família, com o sonho de um menino, um jovem que tinha tudo pela frente”, relatou.
Já o pai do motociclista, Vagner Ortiz, pede para que as pessoas sejam mais respeitosas no trânsito, para que o mesmo não se repita com outras famílias. “A gente não quer que isso aconteça com ninguém. Nós estamos sofrendo demais, ele era um menino doce, todos o amavam muito. Que as pessoas tenham mais amor, um pouco mais de compaixão no trânsito”, desabafou.
RELEMBRE O CASO
Era início da manhã de quinta-feira (24), quando o jovem Ailson Augusto Ortiz deixou a namorada no trabalho, e também seguia para seu emprego. Em determinado momento, o motociclista teria sido “fechado”, por Elias da Silva Pires, que dirigia um Renault Fluence.
Ambos pararam os veículos na Rua Cuiabá e começaram a discutir, até entrarem em vias de fato. Imagens de câmeras de monitoramento mostraram o motorista sacando uma arma de fogo e atirando contra o jovem, que morreu no local.
No dia do homicídio, investigadores da Delegacia de Homicídios fizeram buscas, mas não encontraram o motorista. No imóvel onde ele mora foram apreendidas duas espingardas, munições e uma arma calibre 22, exceto a pistola 380 que foi utilizada no assassinato. Conforme a Polícia Civil, o condutor possui o registro CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador), mas não poderia estar portando a arma de fogo pelas ruas.
No final da tarde de sexta, Elias da Silva Pires se apresentou à Delegacia de Homicídios, junto com o advogado. Ele foi ouvido e preso, por conta de um mandado de prisão preventiva expedido pela justiça.
O condutor foi encaminhado à carceragem do Depen (Departamento de Polícia Penal), e segue a disposição do Poder Judiciário.