Cotidiano

Carmen Lúcia inaugura penitenciária feminina no interior de São Paulo

SÃO PAULO – A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, inauguraram uma penitenciária feminina em Votorantim, no interior do estado, na tarde desta segunda-feira. Com a presença do ministro da Educação, Mendonça Filho, os três visitaram a prisão que, segundo o governador, é a primeira construída tendo em vista as necessidades das mulheres presas. A presidente do STF e o governador posaram para fotos nas dependências do presídio, mas evitaram responder às perguntas da imprensa na saída.

Ao deixar o local, a presidente do STF foi questionada sobre uma possível aposentadoria sua e sobre a decretação da liberdade de Adriana Anselmo, mulher do ex-governador Sérgio Cabral. A ministra, no entanto, não quis responder a nenhuma questão e entrou no carro acompanhada de Alckmin e Mendonça Filho.

Durante seu mandato como presidente do STF, Cármen Lúcia vem dando atenção especial para a administração penitenciária. A ministra afirmou em seu discurso que o Supremo Tribunal Federal já decretou que as situações nas prisões no Brasil está em um “estado de coisas inconstitucionais”. A ministra lembrou ainda de uma frase do antropólogo Darcy Ribeiro, a quem chamou de guru. O intelectual afirmara que, caso o Brasil não construísse mais unidades educacionais, em algum momento teria que permanecer construindo prisões, sempre em número insuficiente.

? A profecia se cumpriu ? disse Cármen Lúcia.

Em seu discurso, o governador Geraldo Alckmin comemorou o fato de a construção da penitenciária de Tremembé vai zerar o número de mulheres presas em cadeias ou distritos policiais. A expectativa do governo do estado é zerar também o número de homens fora de penitenciárias até o meio do ano.

O governador apresentou as instalações da penitenciária para a ministra do Supremo. A construção tem creche, área de amamentação, saúde e biblioteca ? os livros foram doados pelo Ministério da Educação, a pedido de Cármen Lúcia. Os três visitaram as salas. No entanto, nenhum dos três vistoriou as celas, ainda vazias, na área de carceragem, optando por ir direto para a biblioteca.

(*Estagiário sob supervisão de Flávio Freire)