Cotidiano

Cardozo diz que Júlio Marcelo era ?a alma? da acusação

BRASÌLIA – O advogado de defesa da presidente Dilma, José Eduardo Cardozo, comemorou a decisão de transformar o testemunho do procurador Júlio Marcelo em informante. Ele disse que Júlio Marcelo era a “alma”, a “espinha dorsal” da acusação, que fica mais frágil. Cardozo pediu que Dilma fosse informada da decisão do ministro Ricardo Lewandowski.

? O Júlio Marcelo era o mentor intelectual, a alma, a espinha dorsal da acusação. Está ficando muito feio demais para eles ? disse Cardozo.

Ele foi irônico ao falar de quererem arguir a suspeição das testemunhas de defesa.

? Não temos nenhuma testemunha que seja o espírito de toda a defesa. Podem impugnar umas 200 testemunhas nossas, não tem o mesmo efeito ? disse Cardozo.

Cardozo disse que não sabe se o ex-presidente Lula comparecerá na segunda-feira, quando Dilma fará sua defesa, mas disse que ele seria muito bem-vindo.

Para ele, a decisão mostra que o procurador atuou com “parcialidade”.

? Essa é uma tese muito importante porque mostra o que nós estamos dizendo desde o início desse processo que há uma parcialidade, ou seja, uma orientação clara do Julio Marcelo em querer condenar a presidente Dilma Rousseff. E ele é o principal elaborador das teses, e o senador Anastasia repete literalmente as ideias do procurador ? disse Cardozo, acrescentando:

? Ele atuou militando por uma causa e não como um membro do Ministério Público, com isenção.

Segundo Cardozo, antes de recorrer a outras instâncias eles irão esperar para ver como os senadores irão se manifestar:

? A cada dia que passa fica clara a parcialidade desse processo, da acusação, do que está por trás disso. A cada lance isso acontece. Vamos insistir no Senado. No momento certo, se necessário for, iremos para as instâncias necessárias ? disse Cardozo.

Questionado se a decisão de transformá-lo de testemunha em informante dava mais fôlego à defesa, Cardozo afirmou:

? Eu não diria que dá mais fôlego, mas bota mais luz ao que está claro, o que acontecendo nesse processo. É uma tese parcial. Não posso punir alguém pelo passado porque de repente o Ministério Público do TCU passa a entender uma tese com algo que era feito desde 2000. é errado isso.