Considerado um tumor de baixa incidência – um caso a cada 100 mil homens e oito casos a cada 100 mil mulheres -, o câncer de tireoide é o mais comum da região de cabeça e pescoço e deve se tornar o terceiro câncer mais incidente nas mulheres até 2030, atrás apenas de tumores de mamas e de ovários. Porém, quando um homem tem nódulo de tireoide, as chances desse nódulo ser maligno são maiores.
Os tipos mais comuns dos cânceres de tireoide são o carcinoma papilífero, responsável por mais de 80% dos casos e que tem evolução lenta e costuma responder bem ao tratamento, e o carcinoma folicular, que apresenta maior risco de metástases à distância e reincidência. “Cerca de 10% dos nódulos de tireoide são malignos e quando diagnosticados precocemente, as chances de cura são de cerca de 95%”, conta o cirurgião de cabeça e pescoço Erivelto Volpi, do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
O diagnóstico é feito por meio da ultrassonografia e, quando necessário, da punção aspirativa da tireoide, exames que, além de confirmar a suspeita de nódulos, auxiliam o médico na decisão da melhor conduta a ser adotada para o tratamento, que varia desde a simples observação do nódulo, medicamentos, tratamentos minimamente invasivos ou até mesmo a cirurgia.
A ablação por radiofrequência é a novidade no tratamento de nódulos benignos. “A técnica consiste na introdução de uma fina agulha no nódulo, guiada por ultrassonografia, que destrói os nódulos por meio das ondas de calor”, explica o especialista.
A técnica foi desenvolvida na Coreia do Sul e deve ser utilizada somente em nódulos comprovadamente benignos e maiores do que 2 centímetros. “O procedimento é minimamente invasivo e ambulatorial, tem duração aproximada de 20 minutos e apresenta menor risco de complicações, preservando a função da glândula”, explica o especialista.
Disfunções da tireoide
Além dos nódulos, problemas na função da tireoide podem fazer com que a glândula produza os hormônios T3 e T4 em excesso ou em quantidade insuficiente para o bom funcionamento do organismo, provocando, respectivamente, hipertireoidismo ou hipotireoidismo. Essas são as duas doenças mais comuns da glândula.
Sintomas de hipotireoidismo
Prevalente em mulheres, o hipotireoidismo ocorre quando a glândula funciona menos do que deveria, provocando depressão, pele seca, intestino preso, sonolência excessiva, ganho de peso, perda da força muscular, fadiga, sensação de frio constante e alterações no ciclo menstrual. Já o hipertireoidismo é caracterizado pela produção excessiva dos hormônios tireoidianos que geralmente provoca emagrecimento, queda de cabelo, aceleração dos batimentos cardíacos, agitação, insônia, além de calor e sudorese em excesso.
Como fazer o autoexame da tireoide
– Segure um espelho e procure no pescoço o pomo de Adão (gogó). É nesta região que está localizada a tireoide;
– Com a cabeça para trás focalize a área do pomo de Adão com o espelho;
– Com a cabeça estendida para trás beba um gole de água. Ao engolir é importante observar se há elevação ou saliência na região. Caso seja necessário, realize o teste mais de uma vez.
Mitos e Verdades
Alterações no peso – Verdade
Apesar de não se aplicar a todos os pacientes com disfunções da tireoide, a alteração de peso pode acontecer por conta desta condição, já que uma das funções da glândula é controlar a maneira como o nosso corpo usa e armazena energia.
Hereditariedade é um fator de risco para o câncer de tireoide – Verdade
Aproximadamente 10% dos casos estão relacionados à herança genética. Apesar de não ser um número alto, é preciso ter atenção.
Raio-X e mamografia podem causar câncer de tireoide – Mito
Não existe comprovação de que esse tipo de radiação ofereça risco para o desenvolvimento do tumor.
Selênio auxilia no funcionamento da tireoide – Verdade
Encontrado, principalmente, na castanha-do-Pará, o selênio atua na conversão do hormônio T4 em T3, evitando o hipotireoidismo. Além disso, o mineral ajuda o organismo a se livrar de substâncias tóxicas. Uma castanha por dia é o necessário para garantir bons níveis de selênio no corpo humano.