HARMANLI, Bulgária ? Depois de graves confrontos com a polícia em um campo de refugiados da Bulgária, em que mais de 400 refugiados acabaram presos, o governo búlgaro afirmou que removerá os imigrantes do local e deverá extraditar alguns de volta ao Afeganistão no mês que vem. A decisão foi anunciada pelo primeiro-ministro Boiko Borisov, apenas algumas horas depois dos protestos que acabaram em violência na quinta-feira. A confusão começou com uma revolta de refugiados que não queriam mais permanecer confinados na cidade de Harmanli, perto da fronteira turca.
A polícia usou canhões de água e balas de borracha para dissipar o motim, em que, segundo o Ministério do Interior, 24 policiais ficaram feridos. Três imigrantes precisaram de cuidados médicos após o episódio, segundo o governo, e há relatos de que, no total, 26 tenham ficado feridos.
Na manhã de sexta-feira, o campo de refugiados ? que é o maior do país e abriga cerca de 3 mil pessoas ? parecia uma zona de guerras. Havia destroços, janelas quebradas e recipientes de lixo revirados espalhados pelo local.
? Eu estou muito preocupado. Você vê que não sobrou uma janela inteira. As pessoas que cometeram estes atos de vandalismo serão levadas à Justiça ? disse Borisov, que cancelou seus planos de visitar a Hungria por conta da revolta. ? Com base em um acordo entre a UE e o Afeganistão, nós pedimos que um avião comece a extraditar pessoas no início de dezembro. E, para o resto, todos que agiram brutalmente e violaram a ordem pública serão movidos para campos fechados.
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O premier também pediu que a população lical permanecesse calma e evitasse provocações aos requerentes de asilo. Um pequeno grupo de búlgaros com bandeiras nacionais pedia nesta sexta-feira o fechamento do campo. Na semna passada, grupos guiados por partidos nacionalistas realizaram protestos após relatos da imprensa de que havia uma epidemia de doenças de pele no campo.
Em consequência, autoridades fecharam o campo temporariamente para investigações. A conclusão foi que os relatos haviam sido exagerados e não havia risco para a saúde pública. O confinamento dos imigrantes neste período foi um dos fatores que desencadeou o motim de quinta-feira.
Os incidentes acontecem em um momento de tensão crescente na Bulgária e na Grécia, após o reforço dos controles nas fronteira para os migrantes que tentam chegar ao Oeste da Europa.
