RIO ? O bilionário da internet americano Jeff Bezos revelou nesta terça-feira mais detalhes sobre o novo foguete de alta capacidade em desenvolvimento por sua empresa espacial, a Blue Origin. Segundo Bezos, também fundador da gigante do comércio eletrônico Amazon, o equipamento, batizado ?New Glenn? (uma homenagem ao astronauta John Glenn, primeiro americano a orbitar a Terra, em 1962, e falecido em dezembro último) e cujo projeto foi anunciado em setembro passado, terá capacidade de levar cerca de 50 toneladas para a baixa órbita da Terra ou 14 toneladas para uma órbita geossíncrona (que acompanha a rotação do planeta), bem mais elevada.
Participando da conferência aeroespacial Satellite 2017, que acontece esta semana em Washington, EUA, Bezos também anunciou que, embora ainda não tenha voado uma única vez, o novo foguete de sua empresa já tem seu primeiro cliente: a operadora de satélites de comunicação francesa Eutelsat. O contrato entre as duas empresas prevê o lançamento de um satélite geoestacionário (que acompanha a rotação da Terra, mas exatamente na altura do equador) entre 2021 e 2022.
Simultaneamente à apresentação de Bezos, a Blue Origin divulgou vídeo com uma animação de um voo do New Glenn, cujo primeiro estágio deverá ser recuperável, à semelhança do Falcon 9, foguete da concorrente SpaceX, empresa espacial fundada pelo também bilionário da internet Elon Musk. Com isso, a Blue Origin espera poder reusar o foguete até cem vezes, reduzindo os custos dos lançamentos.
Blue Origin apresenta novo foguete
Ainda durante sua participação na conferência, Bezos se mostrou confiante no futuro do novo foguete diante das lições aprendidas no desenvolvimento do veículo suborbital ?New Shepard?, o primeiro equipamento do tipo a permitir seu reúso ao pousar controladamente e com o qual a Blue Origin espera começar a levar turistas ao limite do espaço a partir do ano que vem.
O New Glenn também será fundamental para o avanço do projeto ?Blue Moon?, pelo qual Bezos propõe que os EUA voltem para a Lua e recentemente enviado por ele para a Nasa e o novo governo do presidente Donald Trump. Isto porque é com versões ainda maiores do foguete que a empresa do bilionário pretende criar um serviço de carga para o satélite natural da Terra para a construção e manutenção de uma base lunar permanente.