Cascavel – O atraso de um mês no ciclo da soja na safra de verão 2017/2018 já resulta em mudanças de planos para a chamada safrinha na região oeste do Paraná.
O clima e o tempo foram decisivos para que a oleaginosa que está no campo agora atrasasse seu desenvolvimento. Primeiro foi a estiagem que se arrastou pelo mês de setembro, justamente no período ideal para o plantio. Em outubro foi o excesso de chuva que varreu lavouras inteiras recém-cultivadas e retardou o desenvolvimento daquelas que sobreviveram e mais recentemente, em dezembro, a escassez de água prejudicou as plantas novamente, conciliada às baixas temperaturas que não permitiram o crescimento adequado.
Isso significa que, em vez de iniciar a colheita da soja nos próximos dias, a maior parte dos produtores terá que protelar este processo para a partir da segunda quinzena de janeiro. Detalhe: ainda há quem esteja replantando a soja, pois o prazo limite foi estendido de 31 de dezembro para 15 de janeiro.
Na prática, isso significa que a safrinha, ou parte dela, está comprometida na região porque na maior parte dos municípios do oeste o zoneamento, que indica o período ideal para o plantio do milho, encerra-se na primeira quinzena de fevereiro.
Uma expectativa preliminar do Deral (Departamento de Economia Rural) nos Núcleos Regionais da Seab (Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento) de Toledo e de Cascavel indica redução de área de milho que pode chegar a 17%. Isso significa que, de quase 800 mil hectares destinados ao cereal na safrinha de 2017 – 380 mil na regional de Cascavel e 416 mil em Toledo – pode baixar para 664 mil.
Esses números foram apurados com os produtores, num primeiro levantamento de intenção de ocupação de área e não são definitivos.
O Deral considera que esses números possam sofrer algumas variações, de acordo com a evolução da colheita da soja.
Um levantamento mais preciso deste cenário só deve ser divulgado na metade do mês de janeiro, quando começa a intensificação da colheita na região.