ORLANDO – O atirador Omar Mateen trocou mensagens com sua mulher enquanto cometia o mais letal ataque armado da História dos EUA, segundo investigadores ouvidos pela CNN. Se confirmadas as informações, a pressão cresce sobre Noor Salman, mulher do terrorista, que é vista como possível cúmplice do atentado que deixou 49 mortos na boate gay Pulse, em Orlando.
De acordo com um investigador ouvido sob anonimato pela rede, por volta das 4h de domingo (duas horas após o início do ataque), quando Mateen estava trancado num banheiro com reféns, mandou uma mensagem perguntado se ela “havia visto as notícias”. Em um momento, ela teria respondido que o amava. Orlando
Outros investigadores disseram que ela tentou ligar várias vezes para ele durante o ataque, mas sem que ele atendesse.
Uma das peças-chave na investigação é Noor, que pode ser acusada por conexão com o crime. As autoridades desconfiam que ela sabia dos planos de ataque porque ela teria dado informações conflitantes sobre sua relação e sobre a possibilidade de que seu marido eventualmente cometesse um atentado. Noor, inclusive, teria levado Mateen à boate em outras ocasiões e o teria acompanhado em uma feira de armas, sabendo ainda que ele gastou “milhares de dólares com armamento”.
Durante o ataque, Mateen postou mensagens no Facebook jurando lealdade ao líder do Estado Islâmico (EI) e prometendo que haveria mais ataques nos próximos dias pelo grupo extremista nos Estados Unidos, de acordo uma carta enviada ao Facebook na quarta-feira pelo senador Ron Johnson, presidente da Comissão de Segurança Interna do Senado.
?Estados Unidos e Rússia, parem de bombardear o Estado Islâmico. Eu juro minha aliança ao (líder do Estado Islâmico) Abu Bakr al-Baghdadi?, escreveu Omar Mateen, de acordo com a carta, que solicitou assistência do Facebook na investigação do ataque.
Dias antes do ataque que deixou 49 mortos e 53 feridos na casa noturna de Orlando, no último domingo, Mateen vinha fazendo buscas na internet sobre o Estado Islâmico. Também no Facebook, ele publicou mensagens condenando os ataques aéreos do Estados Unidos contra o grupo extremista. Filho de pais afegãos, o atirador teria se radicalizado pela internet.
?Os muçulmanos reais nunca aceitarão as maneiras sujas do Ocidente?, afirmou ele, para depois criticar os bombardeios americanos: ?Você mata mulheres e crianças inocentes com os ataques aéreos americanos… agora prove a vingança do Estado Islâmico?.
Segundo Johnson, em algum momento no dia do massacre, Mateen também fez uma busca no Facebook por ?Pulse Orlando? e ?tiroteio?.
Os posts corroboram relatos de que o atirador teria sido motivado em parte pelo Estado Islâmico, embora as autoridades tenham dito que ele não tinha ligações diretas com o grupo ou qualquer outra organização extremista.
Durante o ataque, ele ligou para o serviço de emergência dos EUA prometendo lealdade ao líder do EI e aparentemente também teria mencionado os bombardeios na Maratona de Boston.
As autoridades continuam em busca de respostas sobre o atirador, ampliando a investigação para interrogar parentes, amigos e qualquer outra pessoa que possa ter tido contato com ele nos meses antes do ataque. As referências de Mateen com grupos terroristas são confusas. Ainda não ficou claro qual grupo ele exatamente apoiava.