Cascavel – O número de atendimentos da Defensoria Pública do Paraná em Cascavel na área de família tem chamado a atenção após a chegada de novos defensores públicos, a partir do fim de abril. Casos de divórcio, guarda e pensão alimentícia, entre outros, passaram a ser analisados pela Defensoria. Foram 126 atendimentos nessa área apenas entre maio e julho, com tendência de aumentar nos próximos meses. A isso, somam-se na área da infância e juventude os pedidos de vagas em creches, que sempre tiveram alta procura na cidade.
A dona de casa Maria Lúcia Meira, por exemplo, buscou a Defensoria em Cascavel para regularizar a guarda do neto, de 4 anos. Ela não contém as lágrimas ao falar do pequeno Claudinho. Sou apaixonada por ele. Não quero perder ele, não! Lá em casa ele é o tesouro da nossa vida!, emociona-se. Há um ano e meio, a nora dela sofreu um AVC e está em estado vegetativo desde então. Na mesma época, o menino também ficou sem a convivência do pai, que foi preso. A situação fez com que os avós paternos assumissem os cuidados da criança. Graças à Defensoria, Maria Lúcia conseguiu a guarda.
O pai de Claudinho também está sendo assistido pela Defensoria. Ele obteve autorização para trabalhar durante o cumprimento da pena. A outra filha de Maria Lúcia é outra que buscou auxílio dos defensores. A filha dela, que tem 3 anos, precisava ir para a creche. E em 20 dias ela já conseguiu a vaga. Foi uma maravilha!, comemora. Não temos condições de pagar advogado. E no que a gente precisa, eles [defensores públicos] estão sempre ajudando, completa.
A aposentada Elzi Apolinário da Costa também foi à Defensoria. Ela levou documentos relativos ao processo de divórcio do atual companheiro. Ele já estava separado da primeira esposa há 30 anos, mas nunca resolveu a papelada. Agora, como querem casar, é preciso regularizar o divórcio anterior. É bom ter a Defensoria, principalmente para os mais pobres. O atendimento demora um pouco, mas atendem bem. E resolvem o problema, pontua.
Creches
Sobre as vagas em creches, a lista de espera em Cascavel chega a 3.800 crianças, conforme explica a defensora pública Samylla de Oliveira Julião, o que sobrecarrega a Defensoria Pública, já que as famílias querem ingressar na Justiça para tentar garantir a vaga. Para que as pessoas não dormissem mais na fila, que era por ordem de chegada, o sistema mudou. O atendimento agora é agendado, o que não reduz a espera, mas diminui o desconforto.