RIAD – A Arábia Saudita, o maior mercado acionário do Golfo Pérsico, permitirá que investidores estrangeiros participem de ofertas públicas iniciais (IPO) de ações no reino. A Autoridade do Mercado de Capitais aprovou regras sobre prospecção do interesse em IPOs que incluem investidores estrangeiros qualificados e que entrarão em vigor dia 1º de janeiro, segundo comunicado no site do órgão regulador nesta quinta-feira.
Os assessores financeiros ?podem aplicar essas instruções a qualquer oferta antes dessa data? com a aprovação do emissor, de acordo com a nota.
O país está abrindo um dos mercados acionários mais fechados do mundo à participação internacional depois que os preços do petróleo caíram à metade nos últimos dois anos. A Bolsa de Tadawul começou a permitir o investimento estrangeiro direto limitado em junho do ano passado sob regras que determinam que as entidades podem investir e quanto podem deter de cada em empresa e mercado. No mês que vem, o mercado flexiblizará as restrições sobre quem se qualifica como investidor estrangeiro.
As regras para IPO ?coincidem com medidas anteriores para liberar o mercado de valores e permitir maior participação dos investidores estrangeiros?, afirmou Fahd Iqbal, analista do Credit Suisse em Dubai:
? Seria difícil, em nossa opinião, que a base de investidores nacionais absoversse todas as privatizações parciais que o governo planejou, sobretudo na Aramco (petroleira estatal).
A Saudi Arabia Oil (Aramco) controla uma quinta parte das reservas de petróleo do mundo e acredita-se que valhar mais de US$ 2 bilhões, sendo a empresa mais valiosa do mundo. O reino planeja vender até 5% do capital da companhia já em 2017, de acordo com o segundo herdeiro da Coroa, o príncipe Mohammed bin Salman.
As regras que passam a valer em 4 de setembro reduzem a quantidade de ativos que estrangeiros devem administrar para investir diretamente em ações do país, de 18,75 bilhões de riyales para 3,75 bilhões (US$ 1 bilhão. Também será permitido possuir não mais que 10% das ações em circulação de uma empresa, em comparação com os 5% atuais. Ainda assim, as novas regras permitirão que fundos soberanos e universitários invistam no país.