Cotidiano

Após acusação do Wikileaks, Kerry nega ter pedido corte de internet à Assange

201511141645525640_AFP.jpg

WASHINGTON – A diplomacia americana desmintiu nesta terça-feira as acusações lançadas pelo Wikileaks de que o secretário de Estado do país, John Kerry, pediu que Equador cortasse a conexão de internet de Julian Assange, refugiado desde 2012 na embaixada do país latino-americano em Londres.

assange_1810

“Ainda que o Wikileaks nos preocupe há muito tempo, tudo que leve a pensar que o secretário de Estado Kerry ou o Departamento de Estado estejam envolvidos com o corte (de conexão à internet ao fundador) do Wikileaks é falso”, afirmou o porta-voz do governo, John Kirby.

O site Wikileaks havia acusado na segunda-feira um agente estatal desconhecido de ter suspendido o acesso à internet de Assange, uma interrupção que a organização vinculou a recentes publicações sobre a candidata democrata à Casa Branca, Hillary Clinton. Em seguida, o portal acusou diretamente Kerry de ter intervindo, citando “múltiplas fontes americanas”.

“As versões de que o secretário de Estado Kerry teria conversado com altos funcionários equatorianos com essa finalidade simplesmente não estão corretas”, destacou Kirby em comunicado.

Segundo uma publicação na conta do Wikileaks no Twitter, Kerry teria se manifestado para impedir que Assange “tornasse públicos documentos de Clinton durante as negociações de paz entre a Colômbia e as Farc (Forças Armadas Revolucionários da Colômbia”, sem maiores detalhes.

No sábado, o Wikileaks vazou três discursos de Clinton que foram financiados pelo banco Goldman Sachs, revelando vínculos entre o Partido Democrata e Wall Street.

A equipe de Clinton não negou a autenticidade dos documentos, obtidos pela conta de e-mail do chefe da campanha, John Podesta. A candidata acusou o governo russo de estar por trás das publicações, uma tese da qual compartilha o governo americano.