Curitiba O ideal seria que um político eleito cumprisse o mandato até o fim. No Brasil, entretanto, o fato de ter eleição a cada dois anos faz com que o ideal vire uma exceção e muitos políticos ignorem a palavra empenhada em campanha e, imediatamente após eleitos, já se programem para alçar voos maiores em suas carreiras como se já tivessem cumprido todos os compromissos do mandato.
E o Paraná está distante de ser uma exceção a essa regra. Muito pelo contrário, pois ao menos um de cada dez deputados (federais e estaduais) concorrerá a prefeito na eleição de 2 de outubro próximo. E o que é mais intrigante: sem precisar se licenciar, sem precisar abdicar do salário e, por fim, sem correr o risco de perder o mandato no Legislativo.
Dos 54 deputados estaduais paranaenses, sete já foram homologados candidatos às prefeituras de suas respectivas cidades. A maioria é de Curitiba, onde Ney Leprevost (PSD), Maria Victória (PP), Requião Filho (PMDB) e Tadeu Veneri (PT) vão tentar derrotar nas urnas ao prefeito Gustavo Fruet (PDT) e ao ex-prefeito Rafael Greca de Macedo (PMN), entre outros nomes de menor expressão.
Os outros quatro são do Oeste, que corre o risco de perder a representação histórica conquistada há menos de dois anos na Assembleia Legislativa. Dos nove deputados estaduais eleitos pela região, três vão concorrer às prefeituras de suas bases eleitorais: Leonaldo Paranhos (PSC) e Márcio Pacheco (PPL) em Cascavel e Chico Brasileiro (PSD) em Foz do Iguaçu.
FEDERAIS
Entre os 30 deputados federais paranaenses, ao menos dois deverão ser lançados até amanhã, quando vencerá o prazo para a homologação de candidaturas. Fernando Francischini (SD), que chegou a se licenciar do mandato logo após reeleito para ser secretário estadual da Segurança Pública, deve disputar a Prefeitura de Curitiba, e Aliel Machado (Rede) a Prefeitura de Ponta Grossa.