SÃO PAULO ? A Polícia Federal indiciou o ex-ministro Antonio Palocci por corrupção passiva na Lava Jato. Além de Palocci, o publicitário João Santana, sua mulher, Monica Moura, o ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e dois assessores do ex-ministro também foram indiciados. Palocci é investigado por solicitar e coordenar o recebimento de valores junto à empreiteira. Entre as acusações, a PF afirmou que Palocci solicitou e coordenou a aquisição, pela Odebrecht, de terreno no qual se pretendia construir a sede do Instituto Lula.
?Antonio Palocci Filho teria solicitado e coordenado pagamentos sub-reptícios operacionalizados pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht em favor de seu grupo político e no interesse deste, os quais totalizaram, até 25/11/2013 o montante de cerca de cento e vinte e oito milhões de reais, pagamentos estes feitos em razão de sua interferência direta em diversos projetos e áreas controladas pelo Governo Federal e que visavam beneficiar indevidamente a Odebrecht?, afirmou no despacho o delegado Felipe Hille Pace.
Além de Palocci, a PF indiciou o casal João Santana e Monica Moura, que não constava entre os acusados do processo que levou à prisão preventiva de Antonio Palocci. Segundo a Polícia Federal, os dois serão indiciados pela prática de lavagem de capitais pelo recebimendo de US$ 11 milhões. Os valores seriam oriundos de acerto criminoso e fruto de corrupção que era mantida por Antonio Palocci e Marcelo Odebrecht, afirmou a PF.
Antonio Palocci foi ministro da Fazenda no governo Lula e, posteriormente, ministro-chefe da Casa Civil no governo Dilma. De acordo com as investigações, Palocci coordenou com a Odebrecht o repasse de R$ 128 milhões em troca de sua atuação a favor dos interesses da empresa.